O cinema francês é um dos que mais ganham destaque entre os cinéfilos quando o assunto é filme autoral e artístico, o que não se deve ao acaso. Um dos fatores que contribuem com esse cenário, por exemplo, é justamente o fato de o cinema ter nascido na França e se mantido na maioria das vezes, fiel à sua proposta original, o que acontece ainda nos dias de hoje.
Enquanto em Hollywood e em alguns outros lugares do mundo a sétima arte ganhou contorno mais voltado ao entretenimento, o cinema francês de modo geral não se prendeu muito à ideia de fazer blockbuster, o que desde sua origem tem levado muitos autores a buscarem mais o viés artístico de suas produções.
Isso não significa, porém, que os filmes produzidos na França não possam ser apreciados por cinéfilos de modo geral, muito pelo contrário. Até mesmo quem é fá do típico cinema mainstream consegue enxergar na maioria das vezes a beleza de algumas das obras criadas no país.
E é justamente com o intuito de ajudar quem gosta desse tipo de produção, portanto, que apresentamos a seguir algumas das melhores opções em filmes franceses lançados nos últimos anos. Confira!
Filmes franceses que vale a pena assistir
Azul é a Cor Mais Quente (2013) | Abdellatif Kechiche
Este é o filme mais recente da lista. Sua história retrata a vida de Adèle, uma garota de 15 anos que se apaixona por uma mulher de cabelos azuis conhecida como Emma. Diante do típico primeiro amor, ela se entrega à paixão da companheira, travando a partir daí uma guerra consigo mesma, com a família e a cultura vigente.
Intocáveis (2011) | Olivier Nakache, Eric Toledano
Este é um dos dramas mais sensíveis lançados nos últimos anos, e não por acaso, um dos mais reconhecidos também. A história gira em torno da vida de Philippe (François Cluzet), um aristocrata rico que, depois de um acidente grave acaba ficando tetraplégico.
Devido à sua situação, ele depende de um assistente, pelo que decide contratar Driss (Omar Sy), um jovem problemático que não tem a menor experiência em cuidar de pessoas no seu estado.
Aos poucos o jovem vai aprendendo a função, enquanto também comete algumas gafes. Com o passar do tempo, Philippe vai se afeiçoando e gostando das atitudes de seu cuidador, principalmente por ele não tratá-lo como um pobre coitado. Não demora muito e uma bonita relação de amizade se estabelece entre os dois.
O Escafandro e a Borboleta (2007) | Julian Schnabel
Este é um filme premiado, inspirado no livro homônimo de Jean-Dominique Bauby. A história gira em torno da vida de Jean-Dominique Bauby, um escritor e editor de revista que, aos 43 anos, sofre um AVC, acordando vinte dias mais tarde, ainda lúcido, mas com uma rara paralisia onde o único movimento que lhe resta é o do olho esquerdo.
Como um grande apaixonado pela vida, ele não se rende à sua situação e passa a se comunicar piscando letras do alfabeto, formando palavras, frases e até parágrafos dessa forma, sempre usando sua criatividade para criar um novo mundo a partir de sua memória, algo que permaneceu intacto após o incidente.
O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (2001) | Jean-Pierre Jeunet
Aqui temos a obra que narra a história de uma jovem chamada Amélie. Ela se muda do subúrbio onde vivia com a família e vai para Paris, onde passa a trabalhar como garçonete.
Ao encontrar uma caixa cheia de itens pessoais escondida no banheiro da nova casa, ela resolve entregá-la para o antigo dono do imóvel, passando a rever a partir daí diversos conceitos que podem mudar sua vida.
Os Sonhadores (2002) | Bernardo Bertolucci
Aqui temos um filme tão sexy quanto sensível. Estrelado por Eva Green, ele mostra a história de uma jovem que em pleno maio de 1968, vai estudar em Paris, onde conhece os irmãos Isabelle e Theo, que são gêmeos e possuem uma estranha ligação.
Em pouco tempo os três se tornam grandes amigos e passam a dividir experiências e relacionamentos, enquanto a anarquia toma conta das ruas em um dos movimentos revolucionários mais conhecidos do século XX.
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A Trilogia das Cores
Essa é uma sequência de três filmes que foi criada em uma espécie de homenagem ao bicententário da Revolução Francesa. As temáticas foram divididas nas cores azul, branco e vermelho, que fazem parte da bandeira francesa.
A Liberdade é Azul (1993) | Krzysztof Kieslowski
Nesse primeiro filme, a história gira em torno da vida de Julie Vignon (Juliette Binoche), uma famosa modelo que decide renunciar à vida depois de sofrer com a morte do marido e da filha em função de um acidente automobilístico.
Ao passar por uma frustrada tentativa de suicídio, no entanto, ela encontra uma obra inacabada do marido, que fora um grande músico. A partir daí, muita coisa começa a mudar em sua trajetória.
A Igualdade é Branca (1994) | Krzysztof Kieslowski
Aqui a história do filme passa pela história de um homem polonês que, depois de se divorciar da mulher amada decide voltar ao seu país de origem. Seu intuito é ganhar bastante dinheiro para se vingar do grande amor.
A Fraternidade é Vermelha (1994) | Krzysztof Kieslowski
Nesse caso, a história segue a vida de Valentine, uma jovem que descobre que um juiz aposentado anda espionando os vizinhos por meio das ligações telefônicas. A partir daí, ambos começam uma relação em história cheia de redenção, perdão e compaixão.
Delicatessen (1991) | Marc Caro, Jean-Pierre Jeunet
Ambientado em um futuro apocalíptico, o filme narra a trajetória de um homem que, após procurar emprego e abrigo em um estranho prédio que fica em cima de um açougue, acaba se instalando no lugar e se apaixonando pela filha do dono.
Sua presença nesse lugar inusitado acaba incomodando de certa forma a família da jovem, que no fim das contas, reserva alguns planos ocultos para ele. Trata-se do primeiro sucesso de Jean-Pierre Jeunet, o cineasta que mais tarde ganharia destaque com “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”.
A Mãe e a Puta (1973) | Jean Eustache
Aqui temos um filme onde as sequelas de Maio de 68 seguem vivas na sociedade. Nesse cenário, um jovem que ao que tudo indica nutre um relacionamento aberto com a mulher, se apaixona por uma enfermeira de sexo fácil. A partir daí, nasce um triângulo amoroso onde a ideia de relacionamento a três é uma possibilidade cada vez mais real.
Aos Nossos Amores (1983) | Maurice Pialat
Nesse filme, a história vista é a de Suzanne (Sandrine Bonnaire), uma garota de 15 anos que leva uma vida normal de adolescente. O detalhe, no entanto, é que ela faz sexo com diversos rapazes, sem nunca conseguir se apaixonar por nenhum.
Sem encontrar compreensão em casa, ela se vê em uma situação complicada, o que se torna ainda pior quando o pai abandona o lar para morar com outra mulher.
A Noite Americana (1973) | François Truffaut
Por fim temos aqui um dos filmes mais icônicos quando o assunto gira em torno dos bastidores do cinema. A obra mostra as loucuras que podem acontecer em um set de filmagem. Na história, um ator fica depressivo ao saber que sua noiva sai com um dublê, enquanto uma atriz se entrega às bebidas e não se lembra mais de suas falas.
Esses são só alguns dos problemas com os quais o diretor precisa lidar na obra para fazer as coisas funcionarem da maneira que deveria na gravação de um filme, que ainda conta com um grande desafio: o de transformar o dia em noite artificialmente para a gravação de uma das cenas.
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