Nos últimos anos muitos pais passaram a conviver com a sombra do autismo de uma forma mais frequente do que anteriormente. A doença sempre foi considerada como uma grande preocupação, uma condição que nem sempre foi simples de ser identificada. Mas agora, especialmente nos anos que seguiram a pandemia, muitas escolas têm alertado os pais dos pequenos sobre a possibilidade da criança ter essa condição.
Muitas dessas preocupações que os pais e as escolas acabam tendo estão relacionadas com as mudanças que foram feitas nas diretrizes gerais para o diagnóstico da doença, algo que foi pautado pela Organização Mundial da Saúde. A palavra autismo deixou de ser utilizada de uma forma frequente, dando lugar ao termo espectro autismo.
E essa mudança acabou sendo feita a partir de algumas características determinantes da doença e da forma como ela se manifesta nas crianças. Existem diferentes níveis de autismo que podem ser encontrados nas crianças, que variam de acordo com os comportamentos que as mesmas acabam tendo.
Durante muitos anos, aquelas crianças que apresentavam os sintomas considerados mais leves nem sempre recebiam o devido tratamento e a devida atenção por parte não apenas dos pais, mas da comunidade escolar e médica de uma forma geral. E isso acabava acarretando em uma série de problemas que desembocavam na vida adulta.
Portanto, o termo espectro acaba estando diretamente relacionado justamente a estes vários “tons” da doença. A partir disso, começaram a surgir diferentes classificações que foram definidas através de protocolos internacionais, com três níveis de intensidade. Em cada um destes níveis existem tratamentos específicos.
O chamado “nível 1 de suporte”, como está descrito no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5 (referência mundial de critérios para diagnósticos), mas que acaba sendo popularmente chamado como Autismo Nível 1, é considerado como o mais leve de todo espectro. Mas, mesmo que seja considerado mais leve quando comparado com os outros graus, não significa que estes pacientes não tenham que passar por determinados tipos de tratamentos e de cuidados médios.
Características do Autismo Nível 1
De uma forma geral, esta categoria do espectro da doença é caracterizada pela presença de determinadas dificuldades que as crianças acabam tendo em relação as situações sociais de uma forma geral. Além disso, os pequenos que sofrem com este tipo de problema também costumam apresentar dificuldades na linguagem, alguns comportamentos repetitivos e também restritivos.
Dentre os principais impactos na personalidade da criança e também na forma como ela lida com as situações do dia a dia, estão dificuldades na interação social. Ou seja, os pequenos acabam tendo uma maior dificuldade para conseguir se relacionar com outras pessoas, especialmente outras crianças. Além disso, eles também acabam não conseguindo criar uma relação saudável e esperada para as crianças da sua idade em relação ao meio ambiente.
Na comunicação, também existem algumas dificuldades que os pequenos que possuem Autismo de nível 1 que devem ser superadas. Muitas crianças demoram muito mais para começar a falar do que a média da sua idade. Além disso, um comportamento que costuma ser encontrado de uma forma muito recorrente com as crianças com essa condição é chamada de ecolalia, que basicamente é uma fala repetitiva que acaba sendo incorporada ao dia a dia do pequeno.
Existem também situações comportamentais que devem ser observadas. Mudanças na rotina, por exemplo, acabam incomodando muito as crianças que possuem autismo neste grau, muito mais do que as crianças que não possuem essa condição. Por exemplo, quando uma criança está acostumada a ser apanhada na escola sempre por uma determinada pessoa e não aceita quando outra pessoa faz a mesma tarefa.
Em todos estes casos, é muito importante que os pais façam uma análise e procurem um especialista para entender o que está acontecendo com os pequenos e o que pode ser considerado como um traço de personalidade e o que pode ser sinal de autismo neste grau mais leve.
A grande maioria dos especialistas concorda que quanto mais precoce começara as intervenções nas crianças que apresentam este tipo de comportamento, melhor o prognóstico.
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