O assunto que mobilizou as redes sociais no Brasil na última semana e que também foi parar na capa e nas manchetes dos principais noticiários ainda continua dando muito o que falar. Depois da invasão dos ativistas ao Instituto Royal, quando na ocasião acabaram sendo retirados quase 2 centenas de animais que eram utilizados para testes e pesquisas, o Brasil se dividiu: por um lado as pessoas que defendem os direitos dos animais e que não admitem os testes em seres vivos e as pessoas que acreditam que os testes são extremamente necessários para o desenvolvimento de tratamentos e curas para os problema de saúde dos humanos.
O governo também acabou se manifestando através do Ministro da Ciência e Tecnologia, Marco Antonio Raupp, que declarou seu apoio ao Instituto e as instituições que fazem pesquisas com animais de um modo geral. O ministro acabou classificando o ato dos manifestantes de crime no momento que eles entraram em uma empresa privada e retiraram os animais que estariam sendo utilizados para as pesquisas.
“Existe legislação, existe licenciamento e existe fiscalização. (…) Essa invasão é um crime, foi feita à revelia da lei”, afirmou pouco antes de participar de uma audiência na Câmara dos Deputados sobre inovação tecnológica.
Instituto estaria dentro da lei
O principal ponto de argumento do Ministro é de que no Brasil existe uma lei que regula todos os experimentos que são feitos com animais. A lei deixa claro que os animais não podem passar por qualquer procedimento que possa ser caracterizado por maus tratos, e que as empresas também precisam cumprir uma série de regras para conseguirem o credenciamento necessário para operarem este tipo de negócio.
No caso do Instituto Royal, localizado na cidade de São Roque, o ministro defende que todas as metas e regras estavam sendo cumpridas e que o governo garante que o Instituto seria legal, e portanto não estaria praticando maus tratos aos animais. Este foi o principal argumento utilizado pelos manifestantes na internet para justificar a invasão e também para fazer ameaças de novas invasões.
Nesta semana um empresário que também mora na cidade de São Roque e que trabalha com criação de diversos animais, inclusive de cães da raça Beagle, foi acusado pelos manifestantes de ser a pessoa que fornece os animais para o Instituto e que ele estar acobertando as ações da empresa. O empresário passou a ser ameaçado nas redes sociais e também por telefone. Ele declarou para imprensa que tanto ele como sua família, incluindo uma criança, estariam com medo de deixar o sítio onde moram com medo de serem agredidos. Também contratou seguranças particulares para evitar qualquer tentativa de entrada não autorizada.
Importância para a saúde
O Ministro também foi muito enfático quando o assunto é a necessidade ou não da indústria farmacêutica continuar fazendo testes em animais. Ele declarou que houve um momento no qual todas estas questões foram amplamente debatida e que se chegou a conclusão de que sim, os testes em animais são necessários. O ministro também classificou como informação falsa o fato alegado pelos ativistas dizendo que muitos países teriam abolido já os testes em animais.
“Quando se discutiu a legislação, se discutiu também a necessidade com a comunidade científica de se fazer testes, especialmente, em relação a novos medicamentos, e chegou-se à conclusão que era absolutamente necessário continuar com os testes em animais”, afirmou. “Em todo o mundo é assim, não só no Brasil.”
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