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Belchior morreu, mas sua vida só começou!

Seguindo a máxima de que cantor no Brasil fica famoso depois de sua morte, imaginamos tudo o que será trabalhado com a imagem do cantor Belchior, morto na semana passada.
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Já é notório e até virou brincadeira de que as pessoas no Brasil, só são lembradas depois de mortas. Algo muito comum com pintores, que só se valorizam depois de mortos, e neste caso particular, cantores que há muito longe do “mainstream”, quando morrem voltam a serem “vendáveis” e serem relançados, redescobertos e “homenageados” através de regravações.

Casos como o de Raul Seixas é um dos mais famosos, o cantor morto em 1989 virou uma figura mítica, sendo tema de documentário, livros e mais de 20 coletâneas lançadas desde então, porém artistas antes populares e hoje esquecidos do grande público também comem dessa fatia, algo que esta prestes acontecer com o cantor Belchior.

Sua genial carreira, nos últimos anos foi apenas lembrada pelo seu controverso sumiço e encerrada por trágica morte com ares misteriosos, fomentam o grande apelo para a volta ao consumo de suas músicas. Seu inegável carisma e visual icónico (cabelos e bigodes) somados a força e poesia de suas letras conjuram apropriadas aos atuais tempos revoltos e tem apetite suficiente para fazer a cabeça da rapaziada e bombar nas redes sociais.

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Imagina-se uma lista desses produtos capazes de serem trabalhados, num exercício de futurologia e seguindo a cartilha do capitalismo pop teriamos:

  • Artistas se dizendo "íntimos" de Belchior com várias histórias a contar, colaborando com a áurea de mito;
  • Artistas "íntimos" lançando dvd´s e livros sobre as "parcerias antigas";
  • Perfil no Spotify e Deezer inflado por novos curiosos ouvintes.
  • Shows em "Tributo" ao mesmo com ingressos nada "populares", explorando imagem e boa parte da obra musical;
  • Inúmeras biografias autorizadas e não autorizadas do artista, com "detalhes" de suas "intimidades" e com fatos carentes de comprovação;
  • Gravadoras irão lançar discos com suas obras inéditas nas vozes de "ícones" vivos do mercado fonográfico (de Marisa Monte a Luan Santana);
  • Novelas usarão músicas dele nas vozes de "Maria Gadú"; Ana Carolina; Vanessa Da Matta ou Lenine;
  • Camisas de malha com caricaturas do falecido artista; com trechos de suas canções ou com pintura do seu bigode ou estilo “Che Guevara”.

Independente de que aconteça, Belchior merece ter seu legado mostrado aos quatro ventos, e que isso se reverta em dinheiro a seus descendentes.


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