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Como cuidar da pele no calor intenso do verão brasileiro

Dermatologistas explicam como proteger a pele das altas temperaturas e prevenir problemas graves causados pelo calor intenso brasileiro.
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Direto ao Ponto:

  • Protetor solar com FPS 30 ou mais é indispensável todos os dias
  • Hidratação interna e externa previne ressecamento e envelhecimento precoce
  • Micoses, brotoejas e queimaduras são problemas comuns no calor brasileiro
  • Evitar exposição solar entre 10h e 16h reduz riscos de danos graves
  • Alimentação rica em antioxidantes fortalece a proteção natural da pele

Como cuidar da pele no calor intenso do verão brasileiro
Créditos: Redação

As temperaturas elevadas que marcam o verão brasileiro exigem atenção redobrada com a saúde da pele. A combinação entre calor intenso, umidade alta e exposição prolongada ao sol cria o cenário perfeito para o surgimento de problemas dermatológicos que vão desde irritações simples até condições mais graves.

A radiação ultravioleta incide com maior intensidade nos meses quentes, tornando a pele vulnerável a queimaduras, desidratação e envelhecimento acelerado. O aumento dos casos de doenças cutâneas durante essa estação não é coincidência — trata-se de uma resposta direta às condições climáticas adversas e aos hábitos de exposição solar sem proteção adequada.

Proteção solar vai além do filtro

O uso de protetor solar representa apenas uma das camadas de defesa necessárias para enfrentar o calor brasileiro. Especialistas recomendam produtos com fator de proteção solar (FPS) igual ou superior a 30, aplicados generosamente em todas as áreas expostas do corpo.

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A quantidade faz diferença na eficácia da proteção. A recomendação técnica indica aproximadamente 2 miligramas de produto por centímetro quadrado de pele — uma camada consistente que não deve ser espalhada até desaparecer completamente. A reaplicação precisa acontecer a cada duas ou três horas, principalmente após transpiração excessiva ou contato com água.

Além do filtro solar, o guarda-roupa se torna aliado estratégico. Roupas de algodão em cores claras bloqueiam boa parte da radiação UV, enquanto tecidos sintéticos como o nylon oferecem proteção limitada. Chapéus de abas largas, óculos de sol com proteção UV e até mesmo as barracas de praia — quando feitas de lona ou algodão — contribuem para reduzir a exposição direta aos raios solares.

Horários críticos e grupos de risco

O período entre 10h e 16h concentra os índices mais altos de radiação ultravioleta. Nesses horários, mesmo com proteção, a pele sofre impacto mais severo. Para quem trabalha exposto ao sol, os cuidados precisam ser contínuos: reaplicação frequente do protetor, uso de equipamentos de proteção individual e busca ativa por áreas sombreadas.

Crianças e idosos merecem vigilância especial. Bebês acima de seis meses podem usar filtros solares específicos para peles sensíveis, preferencialmente com componentes físicos. Já os mais velhos necessitam de hidratação intensiva, pois a pele naturalmente perde elasticidade e capacidade de retenção de água com o passar dos anos.

Uma informação importante que ainda gera dúvidas: pessoas de pele negra também precisam de fotoproteção. Embora a maior quantidade de melanina ofereça defesa natural, ela não elimina os riscos de queimaduras, manchas e câncer de pele. O protetor solar, nesse caso, deve fazer parte da rotina diária independentemente do tom de pele.

Armadilhas invisíveis do calor

O calor brasileiro cria ambiente propício para fungos e bactérias. As micoses lideram a lista de problemas dermatológicos do verão, atacando principalmente pés, virilhas e unhas. A umidade constante nessas regiões, somada ao suor excessivo, transforma áreas de dobras da pele em territórios vulneráveis.

Para prevenir infecções fúngicas, a estratégia passa por hábitos simples: secar completamente o corpo após o banho, evitar calçados fechados por longos períodos e jamais andar descalço em vestiários, saunas ou áreas úmidas de uso coletivo. Compartilhar toalhas e materiais de manicure também aumenta o risco de contaminação.

As brotoejas aparecem quando os poros se obstruem e impedem a saída do suor. Bebês sofrem mais com esse problema, mas adultos não estão imunes. As pequenas bolhas avermelhadas ou transparentes surgem principalmente em regiões de dobras e causam coceira intensa. Roupas leves, soltas e de tecidos naturais ajudam a minimizar o desconforto.

Hidratação como estratégia de defesa

A água desempenha papel fundamental na manutenção da saúde cutânea. Durante o verão, aumentar a ingestão de líquidos deixa de ser recomendação e passa a ser necessidade. Água pura, sucos naturais e água de coco repõem não apenas o volume perdido pela transpiração, mas também sais minerais essenciais.

A hidratação externa complementa o cuidado interno. Loções hidratantes aplicadas logo após o banho, quando a pele ainda está úmida, garantem absorção mais eficiente. Produtos sem óleo na composição são ideais para quem tem pele oleosa ou tendência a acne, pois evitam o entupimento dos poros já sobrecarregados pelo calor e suor.

A esfoliação semanal também merece espaço na rotina de verão. Remover células mortas melhora a textura da pele e potencializa a absorção de hidratantes e tratamentos. Para peles sensíveis, versões enzimáticas ou químicas suaves substituem os esfoliantes físicos com grânulos.

Alimentação que protege por dentro

O que vai ao prato influencia diretamente a resistência da pele aos danos solares. Frutas como melancia, manga e uva roxa são ricas em antioxidantes que combatem os radicais livres responsáveis pelo envelhecimento precoce. Cenoura, abóbora e mamão contêm betacaroteno, substância que se deposita na pele e oferece proteção adicional às células.

Alimentos com ômega 3 — peixes, sementes de linhaça e chia — fortalecem a barreira cutânea, tornando-a mais resistente às agressões externas. Já o excesso de açúcar representa o oposto: pesquisas recentes apontam esse ingrediente como um dos grandes vilões para a saúde da pele, acelerando processos de degradação celular.

Verduras de folhas escuras completam o cardápio protetor. Ricas em vitaminas e minerais, elas auxiliam na renovação celular e na manutenção da elasticidade. A combinação entre alimentação equilibrada e hidratação adequada cria uma defesa interna que potencializa os cuidados tópicos.

Quando a pele pede socorro

Manchas que surgem ou escurecem, coceira persistente, vermelhidão que não passa e alterações na textura ou coloração da pele são sinais de alerta. A acne solar, por exemplo, resulta da mistura explosiva entre oleosidade aumentada, suor, uso de filtro solar inadequado e radiação. Lavar o rosto com sabonete apropriado e optar por protetores com base aquosa ou em gel minimiza o problema.

As queimaduras solares, desde as mais leves até as que formam bolhas, merecem atenção médica quando acompanhadas de febre, calafrios ou mal-estar geral. Mesmo após a recuperação, os danos acumulados ao longo da vida aumentam significativamente o risco de desenvolver câncer de pele décadas depois.

Manchas brancas ou escuras que aparecem gradualmente indicam danos causados pela exposição solar repetida. As melanoses solares surgem em áreas constantemente expostas — rosto, mãos, braços, colo e ombros. Embora benignas na maioria dos casos, essas lesões exigem avaliação dermatológica para diferenciá-las de alterações suspeitas.

Rotina adaptada ao calor intenso

Tomar dois ou mais banhos diários ajuda a eliminar o suor e manter a pele limpa, mas a temperatura da água importa. Banhos mornos ou frios preservam a camada de proteção natural da pele, enquanto a água quente remove a oleosidade necessária e provoca ressecamento.

Após dias de praia ou piscina, enxaguar o corpo com água doce remove sal, areia e cloro — elementos que desidratam e facilitam o surgimento de fissuras por onde microrganismos podem penetrar. A aplicação de loção pós-sol ou hidratante logo depois do banho restaura a barreira protetora.

Evitar procedimentos estéticos agressivos durante o verão também faz parte do cuidado preventivo. Tratamentos com laser, peelings químicos e depilações com cera devem ser programados para outono e inverno, quando o sol está menos intenso. Mesmo assim, o protetor solar permanece indispensável em qualquer época do ano.

Cicatrizes e marcas temporárias

Cicatrizes recentes precisam de proteção redobrada contra os raios solares. A exposição pode deixá-las permanentemente escuras, principalmente em peles mais pigmentadas. Cobrir essas áreas com roupas ou aplicar protetor solar de alta proteção evita manchas irreversíveis.

As pontas dos cabelos também sofrem com o trio sol, vento e maresia. Fluidos siliconados específicos para essa região criam uma barreira protetora que mantém os fios saudáveis mesmo após horas de exposição. Para o couro cabeludo, especialmente em quem tem cabelos ralos ou calvície, o protetor solar em spray facilita a aplicação.

Fitofotodermatose é o nome técnico para queimaduras provocadas pela combinação entre substâncias presentes em frutas cítricas e exposição solar. Manusear limão, laranja, figo ou tangerina e depois tomar sol pode resultar em bolhas dolorosas e manchas escuras duradouras. Lavar bem as mãos com sabão não basta — a substância permanece ativa por horas.

Proteção que vai além da estética

Os números revelam a gravidade do problema: o Brasil registrou quase 230 mil novos casos de câncer de pele em 2023, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). A doença representa o tipo de câncer mais comum no país, mas também um dos mais preveníveis quando há atenção aos cuidados básicos.

A fotoproteção diária desde a infância reduz drasticamente os riscos de desenvolver problemas graves na fase adulta. Estudos demonstram que a exposição excessiva nos primeiros 20 anos de vida estabelece as bases para complicações futuras. Por isso, criar o hábito de usar protetor solar nas crianças vai muito além de evitar queimaduras imediatas.

O verão brasileiro, com suas temperaturas que frequentemente ultrapassam os 35°C e índices UV em níveis extremos, exige uma abordagem preventiva consciente. Não se trata apenas de evitar o desconforto de uma queimadura ou a aparência de manchas indesejadas — trata-se de preservar a saúde da pele a longo prazo.

Para quem busca aproveitar o calor sem comprometer a saúde, a equação é clara: proteção solar adequada, hidratação constante, alimentação equilibrada e atenção aos sinais que o corpo envia. A pele, maior órgão do corpo humano, merece cuidados que vão além da vaidade — merece estratégias efetivas de proteção e manutenção.


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