Da mesma forma que o cérebro humano acabou se desenvolvendo para criar um ser não apenas consciente, mas capaz de entender o mundo ao seu redor e ir atrás da produção de conhecimento, essa parte do corpo também acabou se familiarizando com a criação dos mais variados tipos de boatos, fábulas e acontecimentos fora da realidade para explicar determinados fenômenos que realmente acontecem.
É muito difícil afirmar os motivos que fazem com que as pessoas acreditem em coisas estranhas. Ao longo dos últimos séculos, diversas pesquisas foram feitas tendo como foco entender melhor como o cérebro humano processa determinadas quantidades de informações e criam cenários. Mas, o cérebro ainda é considerado como um grande mistério em relação a como ele funciona de fato.
Além disso, este hábito de criar e acreditar em teorias e coisas estranhas não está relacionado apenas a atividade do cérebro propriamente dita, mas também está relacionada a forma como a sociedade foi organizada. A humanidade, coletivamente falando, acaba estando sempre mais propensa a resolver todos os problemas que se apresenta, e quando ela não consegue encontrar soluções lógicas, acabam criando situações que explicam o que está diante dos seus olhos.
Por que as pessoas acreditam em coisas estranhas?
Esse é o título do livro do psicólogo e historiador da ciência americano Michael Shermer e que tem como principal objetivo justamente tentar entender melhor quais seriam os principais motivos ou o que acontece com o cérebro humano que faz com que eles acreditem em coisas que, racionalmente, são muito estranhas.
O livro aponta alguns motivos, por exemplo, o fato de que essas pessoas simplesmente querem acreditar naquilo, pois isso acabaria criando uma sensação de reconforto e consolação de que elas precisam. Além disso, existe também uma questão de gratificação imediata, uma sensação de prazer sentida no cérebro quando uma pessoa encontra a solução para algo.
A busca pela simplicidade também acaba sendo apontada como um dos principais motivos, uma vez que o cérebro acaba trabalhando menos ao conseguir criar uma explicação que seja pautada no sobrenatural ou em acontecimentos estranhos para explicar uma determinada situação.
E isso não costuma acontecer apenas em locais em que a situação acaba sendo mais precária ou com apenas com as pessoas que podem ser consideradas como em situação social mais baixa. Países como os Estados Unidos, que é a grande potência mundial, ainda têm sérios problemas em lidar com este tipo de situação entre sua população, que tende muito a acreditar em coisas estranhas. Confira algumas dessas coisas que muitos norte-americanos, de fato, acreditam:
Leite achocolatado vindo de vacas marrons
Pois é, uma pesquisa feita no ano de 2017 chegou a uma conclusão que pode ser considerada apavorante quando vista de fora: cerca de 7% dos norte-americanos teriam a propensão em acreditar que o leite achocolatado acaba sendo proveniente de vacas que possuem a cor marrom. Isso representaria algo em trono de 16 milhões de pessoas, duas vezes a população completa da cidade de Nova York. Isso se dá especialmente pelo fato de que grande parte da população urbana não possuir a menor noção do que acontece no mundo agrícola.
Aquecimento global prejudica somente os outros
Neste campo ainda existe uma série de fatores que devem ser levados em consideração, como o negacionismo causado por ideologia política. Mas uma pesquisa feita nos Estados Unidos revela que, apesar de mais da metade da população acreditar que o aquecimento global realmente existe, quase metade deste total acredita que isso será um problema apenas para outros países, e não para os Estados Unidos.
Vencedor do Super Bowl é escolhido por Deus
Além de todas as atribuições que um ser divino onipresente e onisciente como Deus teria, parece que ele também seria o responsável por decidir o vencedor do Super Bowl, jogo que marca o final do campeonato de futebol americano. Este foi um dado que também acabou sendo obtido através de uma pesquisa, mostrando que cerca de 19% das pessoas realmente acreditam que Deus seria o responsável direto pela escolha de quem venceria o jogo. Não é à toa que tantos jogadores possuem rotinas religiosas antes e durante a partida.
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