Demissão: aprenda como se preparar financeiramente

A forma como a vida social está organizada nos dias de hoje torna o emprego algo muito importante na vida de todo mundo. Afinal de contas, é através do vínculo empregatício com uma outra empresa que as pessoas conseguem ter um fluxo regular de entrada de recursos que vai permitir com que ela tenha, no mínimo, o básico para conseguir se manter viva, como o dinheiro para compra de alimentação.

Portanto, a demissão costuma ser um momento muito complicado na vida de qualquer trabalhador. Muitos especialistas inclusive indicam que o impacto que uma demissão acaba tendo na vida de um trabalhador pode ser muito parecido com o impacto da morte de alguma pessoa muito próxima. Muitos até entram em estado de depressão quando perdem os seus empregos e demoram para conseguir retomar uma vida saudável.

Tipos de demissão

Existem diferentes tipos de demissão que podem acontecer quando exista uma relação estabelecida de vínculo entre trabalhadores e empresas. Essas diferenças acabam sendo importantes, uma vez que elas acabam tendo impacto, por exemplo, na quantidade de dinheiro que o trabalhador terá disponível no momento da saída.

Existem demissões que acabam sendo uma decisão específica da empresa, existem demissões solicitadas pelo trabalhador, existem aquelas ainda que são frutos de determinados acordos que são feitos de forma coletiva, como com os sindicados, dentre outras. Mas todas elas acabam basicamente sendo encaixadas em um dos seguintes grupos:

Demissão por justa causa

Esse é um tipo de demissão na qual a empresa alega que o trabalhador não cumpre determinadas regras da empresa ou ainda comete algo ilícito. Existem algumas hipóteses que acabam sendo previstas nas leis trabalhistas com relação a possibilidade de uma pessoa ser demitida por justa causa, incluindo: desídia (indolência, ociosidade, preguiça) no desempenho das respectivas funções, embriaguez no serviço, violação de segredo de empresa, atos de indisciplina ou de insubordinação e abandono de emprego.

Neste caso, os trabalhadores acabam perdendo uma série de direitos que eles acabam tendo de acordo com a CLT, o que acaba se traduzindo em uma menor quantidade de dinheiro que será pago no momento da rescisão. Basicamente as empresas deverão pagar apenas o salário do mês trabalhado e as férias proporcionais.

Demissão sem justa causa

Já a demissão sem justa causa acontece quando simplesmente a empresa decide terminar o seu vínculo contratual com aquele funcionário, devido a uma decisão tomada para o negócio, sem que envolva necessariamente um problema relacionado as regras ou as leis de uma forma geral. É o tipo de demissão mais comum.

Neste caso, o trabalhador que está com sua carteira de trabalho devidamente assinada e cuja empresa está em dia com todas suas obrigações trabalhistas, os profissionais recebem uma série de direitos, incluindo:

•     Saldo de salário: valor devido pelos dias trabalhados antes da demissão.
•     Aviso prévio: o trabalhador tem direito a saber do seu desligamento com 30 dias de antecedência, podendo esse período ser trabalhado ou não. Entretanto, o salário referente a esses 30 dias também deve ser pago.
•     Décimo terceiro salário proporcional: é calculado multiplicando o valor do décimo terceiro pela fração de meses trabalhados.
•     Férias proporcionais: independentemente de quanto tempo tenha trabalhado, o empregado faz jus a essa verba e ao adicional de 1/3 sobre o valor.
•     Multa de 40% do FGTS.
•     Seguro- desemprego: para trabalhadores com mais de 1 ano no emprego.
•     Hora extra: caso o trabalhador tenha saldo de horas extras, também deve recebê-los com seus acréscimos de 50% sobre a hora comum e 100% em finais de semana e feriado.

Dicas para se preparar para uma demissão

• Economize – Antes de mais nada, é muito importante que as pessoas tenham uma reserva financeira de emergência, que deve ser utilizada justamente em situações como essa. Estes valores poderão ir sendo utilizados na medida em que as pessoas procuram um novo emprego;
• Não utilize o FGTS – Hoje em dia o FGTS pode ser sacado em diversas situações, inclusive parte dele pode ser utilizado pelos trabalhadores no mês do seu aniversário. Mas, neste caso, acaba sobrando menos dinheiro no momento da demissão, que é quando as pessoas realmente precisam destes valores;
• Não assuma parcelamentos muito longos – É muito importante também que as pessoas tentem não assumir parcelamentos muito longos. Neste caso, ficará mais difícil para as pessoas continuarem pagando as suas contas sem que elas tenham um emprego.