Governo quer criar prova única para candidatos concorrerem em diversos concursos

Assumir uma vaga no poder público ainda é o sonho de muitos trabalhadores, em função da estabilidade que muitas vagas ainda oferecem, ao mesmo tempo que alguns salários costumam ser melhores do que os pagos no mercado de trabalho. E mesmo diante de uma redução significativa de oportunidades nesta área, muitos se preparam ao longo de anos para fazer as provas.

Como o objetivo profissional muitas vezes é apenas conseguir passar em um concurso, não importante a atividade que será desempenhada, os chamados “concurseiros” acabam fazendo diversas provas diferentes, até que consiga ser aprovado para algum local. E isso acaba exigindo uma boa dedicação em termos de tempo e também em termos de investimento, uma vez que para cada prova geralmente existe uma taxa de inscrição.

Recentemente o Governo Federal apresentou uma proposta que pode acabar tornando a vida destas pessoas mais fácil. O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) criou um programa chamado Concurso Nacional Unificado. A ideia da proposta é promover uma espécie de “Enem dos concursos”, ou seja, uma prova única, que vai permitir que os candidatos concorram a diferentes vagas de concursos em nível federal.

De acordo com as informações que foram divulgadas recentemente pela pasta, a proposta foi oficialmente apresentada pelo Ministério no último dia 25. Já no último dia 1º de setembro foi feita uma live que tinha como principal objetivo fazer uma apresentação da proposta e tirar algumas dúvidas.

A prova deve funcionar apenas para cargos na mesma área de atuação, uma vez que muitas provas acabam tendo conteúdos específicos relacionados as atividades que as pessoas pretendem fazer e isso deve acabar sendo contemplado nos exames. Mesmo assim, a ferramenta vai permitir que os candidatos utilizem o mesmo desempenho para áreas semelhantes em diferentes órgãos que sejam administrados em nível federal.

Abaixo confira alguns dos principais pontos desta prova unificada:

Como será a inscrição?

As inscrições para o Concurso Nacional Unificado devem oferecer aos candidatos a oportunidade de definir pelo menos um caminho que ele deseja percorrer na sua trajetória na busca por uma vaga. A ideia é que as pessoas possam optar por um dos blocos das áreas de atuação governamental disponíveis no certame. Esses blocos devem ser definidos a partir das oportunidades que vão sendo abertas pelos órgãos.

A partir do momento que os candidatos definirem estes blocos, um outro ponto importante será o da escolha de uma ordem de preferência entre as vagas que estarão disponíveis no bloco. Desta forma, mesmo que as pessoas não consigam a vaga que ela estava buscando em um primeiro momento, o seu desempenho na prova não será completamente descartado, como acontece nos dias de hoje. Ela poderá continuar concorrendo em outras oportunidades com a mesma nota.

Os candidatos também poderão definir que eles desejam ser chamados e aprovados apenas para uma vaga específica. Neste caso, suas notas não serão avaliadas para as outras oportunidades.

Uma outra novidade da prova é que os candidatos poderão pagar uma taxa única de inscrição para concorrer a mais cargos. Além disso, será possível também solicitar a isenção seguindo as regras atuais aplicadas para os concursos de nível federal, mas que será válida para toda a seleção.

Quais serão os blocos de atuação?

Neste primeiro momento, foram definidos os seguintes blocos para agrupar as oportunidades disponíveis para os próximos concursos previstos:

Administração e Finanças Públicas: 580 vagas;
Setores Econômicos, Infraestrutura e Regulação: 1.015 vagas;
Agricultura, Meio Ambiente e Desenvolvimento Agrário: 1.040 vagas;
Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação: 1.194 vagas;
Políticas Sociais, Justiça e Saúde: 1.470 vagas;
Trabalho e Previdência: 940 vagas;
Dados, Tecnologia e Informação Pública: 895 vagas;
Nível Intermediário: 692 vagas;

Como será a aplicação da prova?

A ideia inicial é que a prova seja aplicada em 179 cidades diferentes do Brasil. Elas serão divididas em duas partes, mas serão aplicadas no mesmo dia, no turno da manhã e no turno da tarde. A primeira parte a prova será formada por questões objetivas com matriz comum a todos os candidatos, e a segunda com questões específicas e dissertativas por blocos temáticos.