Filmes com temáticas religiosas são recorrentes na grande indústria do cinema norte-americano por um motivo muito simples: na grande maioria dos casos é sinônimo de alto faturamento. Mas ao mesmo tempo os produtores deste gênero dentro do cinema sabem que podem enfrentar uma série de problemas, especialmente com os mais fanáticos.
O mais recente protagonista de discussões religiosas acaloradas é o filme Noé, com Russell Crowe. A produção já foi oficialmente barrada em pelo menos três países árabes alegando questões religiosas. E o mesmo caminho também deve ser seguido por mais uma grande quantidade de países nos próximos dias.
O Islã não simpatiza com a representação de pessoas sagradas na arte, e retratos do profeta Maomé na imprensa da Europa e da América do Norte causaram violentos protestos em países islâmicos nos últimos dez anos, alimentando as tensões culturais com o Ocidente.
Os primeiros países que declararam oficialmente que nenhuma cópia do filme poderá ser exibida naqueles territórios foram Catar, Bahrein e Emirados Árabes Unidos. A explicação oficial que os censores destes países deram para a distribuidora Paramount foi que o filme contradiz os ensinamentos do islã.
Noé, que no livro bíblico de Gênesis constrói uma arca que salvou a sua família e muitos casais de animais do grande dilúvio, é reverenciado pelo judaísmo, cristianismo e islamismo. Um capítulo inteiro do Corão é dedicado a ele. A universidade Al-Azhar, maior autoridade do islã sunita e centro do ensinamento do islamismo por mais de um milênio, emitiu na quinta-feira uma fatwa, ou uma determinação religiosa, contra o filme.
Na nota a entidade afirma que continua refutando qualquer tentativa de representação dos mensageiros e profeta de Deus, bem como dos colegas do Profeta Maomé.
Noé estreia nos cinemas norte-americanos no dia 28 de março. No Brasil a produção deve entrar no circuito na primeira quinzena de abril.
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