Topo

Fungo bizarro transforma moscas em “zumbis”. Conheça o Entomophthora muscae.

Organismo vivo consegue mudar completamente o comportamento de uma mosca.
Publicidade
Comente

A série The Last of Us não fez sucesso apenas por se basear em jogo conhecido e contar com uma trama que acompanha a jornada de dois desconhecidos que acabam tendo que se proteger para enfrentar todas as ameaças de um mundo que sobrevive a um evento pós-apocalíptico. Ela também chamou a atenção para uma história que conta como os humanos acabaram sucumbindo para um fungo.

Fungo bizarro transforma moscas em “zumbis”. Conheça o Entomophthora muscae.

Diferentemente dos zumbis que geralmente acabam sendo retratados nas histórias parecidas, neste caso a ideia é que os principais vilões sejam infectados, pessoas que ainda estão vivas mas que acabam perdendo completamente o controle das suas ações para um hospedeiro com essa capacidade, que no caso é um fungo.

E toda estra trama acabou sendo criada a partir de coisas que realmente acontecem no nosso mundo. Alguns fungos realmente possuem a capacidade de contaminar outros seres vivos e tomar controle dos mesmos, fazendo com que eles se transformem em um meio de reprodução.

Publicidade

O próprio fungo que é citado na série existe de fato na vida real, o cordyceps. Ele tem como uma das suas principais características a habilidade de produzir esporos, considerados como unidades de reprodução, dentro de ascos, que são pequenos saquinhos onde essas unidades acabam ficando contidas até que sejam liberadas.

Este mesmo fungo consegue assumir o controle de determinados animais, como as formigas, e faz com que elas se tornem uma espécie de veículo, conduzindo as mesmas até os locais onde conseguem se desenvolver melhor, e depois disso acaba matando seus hospedeiros para se utilizar do seu corpo para se desenvolver.

Na história, este fungo passa por um processo de mutação, uma vez que na vida real ele não consegue sobreviver na temperatura corporal dos humanos. Mas existem alguns outros fungos na vida real que também conseguem ter um comportamento parecido, mas com outros seres vivos, como uma mosca.

Publicidade

É o caso de um fungo bizarro chamado de Entomophthora muscae.

Moscas escravas

Este foi um fungo identificado pela primeira vez no ano de 2015, quando a bióloga Carolyn Elya, pesquisadora da Universidade de Harvard, acabou se deparando com um material genético completamente diferente daqueles que estava acostumado no seu quinta. Tratava-se de uma espécie de fungo que tinha algumas diferenças dos que geralmente podiam ser encontrados por ali.

Ela se interessou sobre o tema e passou a pesquisar mais a fundo sobre o comportamento daquele fungo, especialmente com relação a sua estratégia de sobrevivência. Ela descobriu que este tipo de fungo específico agia principalmente em um tipo de mosca tida como “organismo modelo”, da biologia, a Drosophila melanogaster, mais popularmente chamada de mosca-da-fruta.

Durante as pesquisas feitas, se descobriu que o fungo geralmente era encontrado nos locais onde essas moscas também apareciam com mais frequência. Logo foi possível entender que a mosca era uma parte fundamental em toda a estratégia de sobrevivência deste fungo.

A partir do momento que a mosca era infectada pelo fungo, ela acaba não tendo muito tempo de vida, morrendo em um período que varia entre quatro e sete dias. Mas o fungo não altera em nada o seu comportamento normal durante os primeiros dias, sendo que apenas um dia antes de morrer que ela simplesmente para de voar. É claro que, durante este tempo, muito provavelmente o fungo já está atuando silenciosamente.

No último dia, a mosca apresenta um comportamento diferente: ela acaba indo até algum objeto vertical e utiliza o seu aparelho bucal para se colar na superfície, com o seu corpo totalmente trêmulo e já sem controle de muitas das usas ações. A partir deste momento, ela passa a movimentar suas asas de maneira violenta por cerca de 10 minutos.

A mosca morre algumas horas depois, sendo que neste momento o fungo toma posse dela por completo, transformando aquele corpo em uma colônia de fungos que lança esporos no ar por cerca de cinco horas depois, com o objetivo de infectar outras moscas.


Comentários (0) Postar um Comentário

Nenhum comentário encontrado. Seja o primeiro!

Oi, Bem-vindo!

Acesse agora, navegue e crie sua listas de favoritos.

Entrar com facebook Criar uma conta gratuita 
Já tem uma conta? Acesse agora: