Além de estar comprando mais imóveis, parece que os brasileiros finalmente conseguiram aprender a utilizar a poupança como uma forma de guardar dinheiro para fazer a compra do seu imóvel, pelo menos esta é a interpretação de muitos economistas diante dos dados revelados esta semana.
De acordo com as informações que constam em um relatório publicado pela Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), o número de brasileiros que conseguiram financiar os seus imóveis com recursos que foram retirados das cadernetas de poupança aumentou 17% em 2013, comparando com os números que foram levantado em 2012.
Segundo as informações que constam no documento, no ano passado foram financiadas a aquisição e a construção de 530 mil imóveis ante 453 mil em 2012. Em valores, a elevação foi de 32%, atingindo o recorde de R$ 109,2 bilhões. O relatório mostra que no último mês do ano foram financiadas 51 mil unidades habitacionais, um aumento de 7% em relação aos números que foram observados em novembro e um aumento de 19% em relação ao mesmo mês do ano de 2012.
Os especialistas acreditam que este cenário foi possível devido a uma combinação de diversos fatores. A queda da inadimplência e também os níveis de desemprego que estão mais baixos acabaram aumentando a confiança do mercado como um todo, o que fez que novas linhas de crédito fossem liberadas para os clientes.
Já a expectativa para o ano de 2014 é um crescimento de 15% no volume de crédito que será oferecido.
Aumento dos valores financiados
Um outro dado que foi apresentado no relatório está relacionado ao parcelamento dos valores dos imóveis que foram comprados. O valor total médio que acabou entrando nos financiamentos durante o ano de 2013 aumentou de 63,8% para 64,9%, ou seja, os brasileiros estão preferindo diminuir o pagamento da entrada para conseguir parcelar um valor mais alto do imóvel.
Nos últimos anos esta é uma tendência que está sendo observada no mercado, que também está relacionado ao aumento da oferta de crédito. Para se ter uma ideia desta diferença, no ano de 2005 as pessoas que costumavam comprar imóveis no Brasil davam cerca de 47,8% do total do imóvel já na entrada. Mas isso exigia que as pessoas demorassem mais tempo juntando dinheiro para a entrada.
Com isso, as famílias brasileiras acabaram se endividando mais com o chamado crédito imobiliário, que nada mais é do que o pagamento das parcelas do seu imóvel. No ano de 2005 o pagamento das parcelas correspondia a 3% do volume total de endividamento das pessoas, e hoje em dia representa algo em torno dos 15%.
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