Hoje em dia todo mundo está inserido em um mundo digital. Mesmo que ainda existem pessoas que não utilizam, todos os dias, algum dispositivo eletrônico conectado na internet, são poucas as pessoas, em todo o Planeta Terra, que não teriam a sua vida impactada drasticamente caso o mundo, de uma hora para a outra, voltasse a ser analógico e desconectado.

Diante da importância que esse mundo digital acabou tendo na vida da humanidade, o conceito de simulação se tornou muito mais próximo. E o grande sucesso do filme Matrix, lançado no final da década de 90, acabou ajudando a consolidar uma ideia: e se as pessoas estivessem vivendo em uma grande simulação?
Diante da hipótese, já que quem vive dentro de uma simulação dificilmente vai conseguir ter a real consciência do que está acontecendo e que existe um mundo completamente diferente, que seria o “real”, muitas pessoas passam a pensar nisso de uma forma mais séria. Além das várias questões filosóficas que esse assunto traz, existem ainda as questões “técnicas” dessa possível realidade.
Diante disso, alguns pesquisadores da área de exatas também acabaram começando a pesquisar sobre um tema. E um físico, Dr. Melvin Vopson, professor associado de física na Universidade de Portsmouth, criou uma teoria complexa, afirmando que existe si uma chance de estarmos todos vivendo em uma grande simulação.
Nova lei da física
De acordo com o físico, a teria que estaria por trás de um universo sendo construído completamente como uma simulação estaria em uma nova lei da física, chamada “segunda lei da infodinâmica”. E, como qualquer lei da física, ela pode se tornar bastante complexa, ao mesmo tempo que possui implicações diretas nas coisas que acontecem ao nosso redor.
O físico defende que qualquer processo natural do universo, como a evolução de um vírus ou as simetrias matemáticas, parecem seguir padrões que minimizam a informação. Basicamente estaríamos falando do funcionamento do cosmos de uma forma geral a partir de dados otimizados, algo que pode ser encontrado no sistemas computacionais, por exemplo, e também poderia ser encontrado em um sistema de simulação.
Essa forma de organização dos dados é muito importante dentro desses sistemas justamente para conseguir viabilizar o processamento das informações com máximo de economia de energia e recursos computacionais de uma forma geral. “Se o universo fosse uma simulação, precisaria ter mecanismos para reduzir a necessidade de armazenamento e poder de processamento. Isso é exatamente o que observamos”, explicou Vopson em uma entrevista.
Outras realidades
Mas diante da hipótese de estarmos vivendo em um mundo simulado, outras perguntas acabam se tornando chave no processo: quem faria essa simulação? E por qual motivo? Essas respostas já foram sugeridas, inclusive, por outros cientistas que também já tiveram ideias parecidas relacionadas a realidades simuladas.
Por exemplo, o filósofo da Universidade de Oxford, Nick Bostrom, criou uma teoria de que as pessoas viveriam em uma ideia de “simulações ancestrais”. Segundo ele, civilizações avançadas poderiam simular seus antepassados para estudar a história e compreender melhor seu próprio passado. Nesse cenário, seria mais provável que fôssemos personagens em uma simulação do que habitantes da chamada realidade-base.
O físico Mas Vopson acaba sugerindo outras possibilidades. Uma delas é de que essa simulação seria simplesmente entretenimento, no qual estaríamos vivendo em um grande jogo. E, diante da nossa realidade atual, imaginar um grande game criado apenas para que outras pessoas ou outros seres se divirtam não é tão absurda assim.
O físico também acabou criando uma outra hipótese, essa ainda mais intrigante: nossa consciência seria um subproduto de uma simulação criada para resolver problemas complexos de outra civilização. Esse, inclusive, parece ser uma trama que saiu diretamente de um filme ficção cientifica.
Nessa teoria, o físico imagina uma sociedade que estaria muito a frente do nosso tempo, que teria chegado em um nível de evolução no qual fosse possível criar esse tipo de sistema, o que não é impossível de imaginar, levando em consideração tudo o que aconteceu até agora em termos de evolução tecnológica.
Digamos que essa sociedade acabe enfrentando uma grande crise que possa ameaçar toda a existência, como uma problemas ambientais, econômicos ou guerras. Ela poderia criar essa grande simulação que teria como principal objetivo testar possíveis soluções e analisar as consequências das atitudes tomadas na vida real.
Uma terceira hipótese indica uma diferença muito grande na forma como o tempo passa dentro da nossa simulação e em possível realidade-base. Nesse caso, esses seres avançados poderiam optar por viver centenas de vidas simuladas no nosso mundo, mas com apenas algumas horas passando na vida deles, algo que também poderia ser experimentado atualmente pelas pessoas que jogam determinados tipos de games. Nesse caso, as pessoas estariam apenas aproveitando uma experiência artificial para prolongar nossas existências.
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