Na madrugada do dia 18 de janeiro deste ano, Alcino Garajau acordou com vontade de ir ao banheiro, mas não sabia quem era a mulher que estava ao lado dele, nem mesmo onde ficava o banheiro. Não se lembrava do próprio nome, nem sabia que a criança que chorava no quarto ao lado era sua filha. Por dois meses, ele ficou sem se lembrar de nada, conhecendo a própria história por fotos e confiando no que dizia aquela mulher que estava ao lado dele desde que acordou. Alcino e Priscila tiveram dois ‘primeiros beijos’: antes e depois da perda de memória. Mas Alcino brinca dizendo que, mesmo sem lembrar-se do primeiro beijo, o segundo foi ainda melhor. No dia em que Alcino acordou sem memória, a reação dos dois foi de susto. Ele chorou muito, entrou em desespero e não queria sair do quarto. “Ver minha filha foi um baque. Ela estava chorando, a Priscila a acalmou e me apresentou para ela. O impressionante foi que ela também não me reconheceu. Ela sabia que não era a mesma pessoa, que o pai dela não estava ali. Fomos reconquistando um ao outro, construindo o relacionamento de pai e filha”, diz. Priscila conta que mostrou a aliança dos dois, para ele ver que eram iguais. Trouxe fotos de momentos vividos juntos, mostrou a filha e fez de tudo para que ele confiasse nela e tentasse recuperar a memória. “Fomos a vários médicos e eles disseram que o problema poderia ser psicológico, que poderia ser estresse e até hoje não sabemos ao certo a causa da perda de memória. Mas o tempo todo eu tive uma paciência incomum, uma calma de Deus, para tentar o fazer lembrar as coisas”, conta Priscila. Depois de dois meses, alguns flashes de memória começaram a aparecer. E a primeira lembrança que Alcino teve de Priscila foi do dia em que a viu pela primeira vez. Com medo de perder a memória novamente, Alcino passou a anotar tudo o que fazia durante o dia, em um diário. “Peguei um caderno e escrevia nele tudo o que fazia. Quase compulsivamente. Tinha muito medo de perder a memória novamente e escrever me dava uma certa segurança. Notei que minha caligrafia é diferente de antes da perda de memória”, conta. O ano de 2012 vai ficar na lembrança e na vida do gráfico Alcino Garajau, ele está livre das dores de cabeça que o perseguiam desde a infância. “Parece que está faltando alguma coisa. A dor era tão comum, que parecia fazer parte de mim”, disse. O gráfico passou por uma cirurgia na cabeça, na manhã de ontem (28) em Vitória, para corrigir um estreitamento nas veias sanguíneas e para impedir uma nova perda de memória.
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