Imaginar um mundo sem internet é impossível para a grande maioria das pessoas nos dias de hoje, especialmente aquelas que vivem em regiões que são consideradas como minimamente desenvolvidas. Mas, mesmo que a internet seja uma realidade presente na vida de bilhões, ainda existe uma boa parcela da população global que ainda não pode contar com a conexão na sua rotina, ou pelo menos não conseguem encontrar um sinal considerado como adequado e de qualidade.
Mas existem diversos esforços que estão sendo lançados em nível global e que tem como principal objetivo realmente permitir que a conexão seja uma possibilidade e uma realidade para todo mundo. O lançamento do mais novo satélite da empresa Viasat, que conseguiu se consolidar no último domingo, dia 30 de abril, é um destes passos importantes em busca da evolução nesta tecnologia.
O objetivo, em um primeiro momento, era o envio do equipamento na última quarta-feira, dia 26. Mas a empresa acabou adiando o lançamento, em virtude de condições climáticas que eram consideradas como desfavoráveis, para os dias seguintes, até que finalmente conseguiu completar a missão.
Este é o primeiro satélite de um conjunto de três que deve ser lançado pela empresa para permitir a cobertura global. De acordo com as informações que foram divulgadas sobre a capacidade técnica deste primeiro satélite que foi lançado para o espaço, ele consegue alcançar 1 terabit por segundo (Tbps), a maior capacidade de tráfego do mundo para um equipamento do tipo.
Este primeiro satélite terá como principal missão cobrir os países que estão inseridos dentro do continente americano. O segundo lançamento deve cobrir toda a área da Europa, Oriente Médio e África, e deve ser lançado ainda neste ano de 2023. E o terceiro satélite deve ser lançado com o objetivo de cobrir a região da Ásia-Pacífico, sendo que este último ainda não possui um prazo definido para o seu lançamento.
Características técnicas do satélite
Este satélite conta com uma série de inovações quando comparado com aqueles que foram lançados anteriormente e que acabam fazendo parte do sistema de comunicação global que permite, dentre outras coisas, a conexão com internet.
Além da maior capacidade de tráfego, ele também é considerado como o satélite mais leve já feito pela empresa, pesando algo em torno de 5,6 e 6 toneladas. Ele é um equipamento que mede cerca de 50 metros de comprimento, que para efeitos de comparação pode ser comprado com a metade de um campo de futebol.
O foco da sua configuração é conseguir oferecer conexão especialmente para as áreas considerada como rurais do planeta, ou seja, aquelas que ficam mais afastadas dos grandes centros urbanos e que acabam já contando com as mais variadas tecnologias e coberturas de sinal. O satélite poderá oferecer, para os clientes finais, uma velocidade de download de até 100 Mbps.
Para efeitos de comparação, o satélite ViaSat-2, de 2017, tem cerca de um quarto dessa capacidade, podendo chegar a 260 gigabits por segundo (Gbps). Já o ViaSat-1, de 2011, alcança 140 Gbps. Além disso, os lançamentos anteriores que foram feitos pela empresa cobrem áreas menores. O ViaSat-2 atende à América do Norte, à América Central e o Caribe, enquanto a primeira geração é destinada para os Estados Unidos e o Canadá.
A tecnologia que o satélite vai utilizar para conseguir direcionar parte da demanda de conexão e de banda para as regiões menos populosas acontecerá através dos "beams" (ou feixes de sinal) dinâmicos. Hoje, a maioria dos satélites utiliza "beams" fixos, isto é, a capacidade é definida antes do lançamento.
A tecnologia deve impactar os usuários brasileiros, uma vez que a Viasat é uma empresa que já atua no Brasil há alguns anos, sendo que o seu principal negócio é justamente a oferta de serviços de banda larga fixa para as regiões que não são atendidas pelas empresas de telefonia fixa através dos seus cabos e antenas.
A empresa afirma que, no Brasil, a maior demanda por este tipo de serviço está concentrada nas áreas rurais e nas regiões Norte e Centro-Oeste.
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