Muitas pessoas já começaram a comprar seus ingressos para um dos eventos de música mais importantes do início do próximo ano, o Lollapalooza 2014. Para as pessoas que estão se adiantando na compra de suas entradas, o valor que está sendo pago, em média, para um ingresso inteiro para dois dias é de R$ 540,00.
O problema é que este valor é apenas o do ingresso. Fora isso, os compradores também estão tendo que pagar uma taxa de conveniência no valor de 20% em cima do total dos ingressos que estão sendo comprados. E esta taxa extra não está sendo cobrada apenas pelas vendas pela internet, mas também está embutida nos valores dos ingressos que estão sendo vendidos nos pontos de venda espalhados pela cidade.
A grande maioria dos consumidores que compram com frequência ingressos para estes grandes eventos já estão acostumados a terem que desembolsar a taxa de conveniência. Apesar disso, o Procon alerta que tais cobranças são consideradas ilegais.
Explicação dos organizadores
A empresa responsável pela organização do evento, a T4F, que acabou assumindo a responsabilidade pela promoção do Lollapalooza a partir da edição do próximo ano (até a edição deste ano a empresa responsável era a GEO Eventos) acabou enviando uma explicação para a imprensa relacionado ao valor que está sendo cobrado das taxas de conveniência em cima dos ingressos.
De acordo com a empresa, a taxa é utilizada para realizar a manutenção do site e também dos pontos de venda que permitem com que as pessoas comprem os ingressos em diversos pontos da cidade, ao invés de obrigar todos os interessados a se deslocarem para um único ponto de venda.
Apesar da explicação, representantes do Procon de São Paulo são categóricos ao afirmar que esta motivação não pode justificar a cobrança de uma taxa de conveniência tão alta em cima dos ingressos que estão sendo vendidos, e que nesta altura do campeonato ela se torna ilegal.
O Procon afirma também que a única taxa que pode ser cobrada é a de entrega dos ingressos que para o caso do Lollapalooza está girando em torno dos R$ 20,00. A entidade afirma ainda que as empresas responsáveis pela promoção e pela venda dos ingressos para grandes eventos estão criando dificuldades para que o consumidor seja obrigado a comprar os ingressos pela internet, mas que mesmo assim não existe serviço e nem conveniência que possa justificar a taxa.
Projeto
Atualmente está tramitando um projeto de lei na cidade de São Paulo, sob o número de Lei 447/2012, que tem como principal objetivo colocar um limite de 8% na cobrança da taxa de conveniência ou taxa de serviço sobre a venda de ingressos. Além disso, sempre que uma empresa colocasse os ingressos apenas para serem vendidos pela internet esta taxa não poderia ser cobrada. No âmbito estadual, há outro projeto, o 478/2012, pedindo o fim da cobrança. No Rio de Janeiro, uma lei semelhante – que estabelece o teto de 10% de taxa – já funciona.
Longas filas
As pessoas que tentaram garantir o seu ingresso para o Lollapalooza sem ter que pagar a taxa de conveniência sofreram muito para conseguirem comprar a sua entrada. As pessoas estavam encarando uma fila que estava demorando, em média, 2 horas na bilheteria oficial do Citibank Hall, que é o único local que estava vendendo os ingressos sem a taxa.
“Fiquei duas horas e meia na fila com umas 200 pessoas. Tivemos que esperar no sol forte, aguardando apenas um guichê que ficava em uma sala com ar-condicionado. Uma moça desmaiou atrás de mim. Depois da reclamação, acabaram abrindo mais dois guichês, mas o atendimento era demorado por conta do cadastro obrigatório no site da Time For Fun” relatou um dos consumidores que compareceram ao local para fazer a sua compra.
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