A escolha do Brasil como sede da Copa do Mundo 2014 deixou à época muita gente preocupada, os mais pessimistas (ou realistas), já naquela ocasião diziam que toda a movimentação para a realização do evento apenas causaria gastos excessivos, acrescentando muito pouco à economia e infraestrutura brasileira.
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Agora com o torneio já encerrado, a realidade não se mostra muito diferente daquela prevista à época, o país gastou mais do que era estimado e entregou bem menos do que havia sido prometido, ou seja, reincidiu em um problema antigo de administração, que dessa vez atingiu proporções astronômicas graças à realização do torneio.
Legado da Copa do Mundo 2014 foi “menos por mais”: entenda o desfalque!
Ao comparar as promessas feitas há quatro anos com as obras hoje consolidadas, não é difícil perceber a discrepância entre o previsto e o realizado. Em 2010, o projeto para a Copa do Mundo previa investimento de R$ 23,5 bilhões, alocados em 83 projetos que incluíam soluções de mobilidade urbana, estádios, aeroportos e portos.
Os números por si só já eram considerados altos para o que havia sido prometido, no entanto, ao que tudo indica nem mesmo os valores previstos foram suficientes para custear as obras. De acordo com levantamento realizado pela rede de repórteres do Estado nas doze cidades que sediaram o evento, todas as obras da Copa, incluindo as inacabadas, já somam algo em torno de R$ 29,2 bilhões.
Não bastasse isso, das 83 obras previstas inicialmente somente 71 foram mantidas na lista, isso sem contar que alguns projetos ambiciosos como os de trens e monotrilhos acabaram sendo substituídos por outros mais modestos, como corredores de ônibus, por exemplo. Diante desse cenário, não há o que fazer senão admitir que o país pode sim ter entregado bem menos por muito mais.
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