A novela “Fera Radical”, de Walther Negrão, foi considerada um dos maiores sucessos do horário das seis na década de 1980. E para a alegria de quem adora uma novela cheia de reviravoltas e vingança, a trama está de volta no canal Viva, às 14h30, sendo reprisada à 1h15. Se você não conhece a trama ou quer relembrar detalhes importantes sobre a mesma, portanto, é hora de algumas das maiores curiosidades sobre a novela. Veja!
Curiosidades sobre a novela “Fera Radical”
Vingança
Mesmo seguindo um roteiro bem conhecido quando o assunto é vingança, a trama fez sucesso. O enredo é o de sempre: uma menina vê sua família perecer, e decide que o certo para ter de volta o que lhe foi roubado é se infiltrar na família que ela julga ser a responsável por sua infelicidade a fim de praticar sua vingança. Isso lembra enredo de outras tramas, como “Avenida Brasil”, por exemplo.
Referências
Como já sugerimos inicialmente, o tema vingança é muito usado em novelas. Assim como “Tieta” que atualmente está no ar no Viva, “Marron-Glacé”,“Fera Ferida” e “Chocolate com Pimenta“, são todas voltada para o tema vingança.
Uma das referências da trama foi a peça “A Visita da Velha Senhora”, de Friedrich Dürrenmatt, servindo como inspiração para adaptação de Ivani Ribeiro para a TV Tupi em 1974, em “Os Inocentes”. Outra boa referência é “O Conde de Monte-Cristo”, de Alexandre Dumas, que também conta uma história de vingança.
A fera no cavalo de aço
A trama “Fera Radical” remete o público a outra novela de Walther Negrão: “Cavalo de Aço”, cuja história central também foi bem semelhante, com a diferença se concentrando mais no sexo dos personagens. Em “Fera Radical”, Cláudia é a personagem com sede de vingança na pequena cidade de Rio Novo, pilotando uma moto.
Ela consegue se infiltrar na casa de Altino Flores, quem ela acreditar ter destruído sua família no passado. A partir daí, a mulher consegue seduzir Fernando, filho do patriarca. Já na novela “Cavalo de Aço”, era Rodrigo quem tinha sede de vingança e chegou à cidadezinha de moto, o que remete ao título da novela. Rodrigo se envolveu com Joana, a filha de Max, grande alvo de sua vingança
Cenas inesquecíveis
A novela “Fera Radical” acabou se tornando uma novela cultuada pelos fãs que que viram sua exibição original em 1988 e/ou a reprise, no “Vale a Pena Ver de Novo”, em 1992. A trama teve muitas cenas marcantes, porém, o destaque vai para dois momentos vistos no final.
A primeira delas foi a cena da morte da vilã Joana Flores, que acabou atirando em si mesma, por acidente, num embate com Cláudia que estava vestida de noiva e ela não queria ver casada com seu filho, Fernando. A outra cena marcante foi de Fernando, que montado em um cavalo, acabou invadindo o tribunal para resgatar Cláudia, durante o julgamento dela, acusada da morte de Joana.
Novelas na Era da Informática
Mesmo a trama tendo sua ambientação em um ambiente rural, a novela tinha como proposta uma fusão com o urbano, o que já era indicado na abertura. Na trama, Cláudia, pilotando sua moto, chegava trazendo novidades cibernéticas à pequena cidade na qual ela era analista de sistemas, tendo ido trabalhar na informatização da fazenda de gado da família Flores.
Essa foi a primeira vez que uma novela explorou a informatização de processos industriais, algo que não era tão comum até então. Na época a internet não era como conhecemos hoje e computador ainda era visto como algo de outro mundo.
As locações
A trama era ambientada em uma fictícia cidade do Rio Novo, porém foram gravadas no município de Vassouras, no próprio Rio de Janeiro. Por outro lado, a pensão de Lourdes foi gravada no Retiro dos Artistas, em Jacarepaguá, no Rio. Na cidade de Vassouras, usou-se a fazenda Aliança como cenário para a Fazenda Olho D’Água, da novela.
A trilha sonora
A trama marcou época com dois LPs inesquecíveis, e tinha como trilha nacional, músicas como “Verdades e Mentiras” (Maria Bethânia), “A Cura” (Lulu Santos), “Sonhos” (Jane Duboc), “Peão” (Almir Sater), “Me Faz Bem” (Gal Costa), “Tabuleiro” (Sá e Guarabira), “Vida Fácil” (Cazuza), “Sobrou Pra Mim” (Tunai) e “Fera Radical” (Solange), o tema de abertura. Do disco internacional, tinha: “She´s Like the Wind” (Patrick Swayze e Wendy Fraser), “Get Outta My Dreams Get Into My Car” (Billy Ocean), “You Make Me Fell Like a Natural Woman” (Carrie Hamilton e Yutaka Tadokoro), “Living in a Box” (Living in a Box), “That´s What Love is All About” (Michael Bolton), “Lessons in Love” (Level 42), “Love Changes Everything” (Climie Fischer), “Tell it to my Heart” (Taylor Dane) e “Special Way” (Kool & The Gang).
A tragédia do Bateau Mouche
A novela “Fera Radical” foi o último trabalho da atriz Yara Amaral, que veio a falecer pouco mais de um mês após a novela ter terminado. Infelizmente, a atriz foi uma das vítimas da tragédia do Bateau Mouche, no réveillon de 1989.
A referida tragedia aconteceu com um grupo de turistas que foi assistir, do mar a queima de fogos de artifício do réveillon de Copacabana, na ocasião o barco Bateau Mouche IV afundou na baía de Guanabara, dia 31/12/1988.
Em julho de 2004, a Globo exibiu um episódio do programa “Linha Direta” que reproduzia a tragédia. Na dramatização do programa, foi a atriz Denise Del Vecchio quem interpretou Yara Amaral, ela também havia atuado em “Fera Radical”, mas como filha da personagem de Yara.
Cazuza
Uma das participações especiais do programa foi do cantor Cazuza, no capítulo 74, na reinauguração da Arqueria Sherwood, cenário da trama. Mesmo tendo a canção “Vida Fácil” como parte da trilha sonora da novela, Cazuza acabou cantando em sua participação, seu mais novo lançamento da época: a música “Ideologia“.
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