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Guia de suplementos mais comuns e quando realmente usar

Descubra quais suplementos realmente funcionam e quando sua saúde precisa deles. Guia completo com dicas de especialistas para você não desperdiçar dinheiro.
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O mercado de suplementos alimentares movimenta bilhões de reais no Brasil e cresce exponencialmente a cada ano. Academias, farmácias, supermercados e até influenciadores digitais bombardeiam os consumidores com promessas de resultados rápidos. Mas será que você realmente precisa desses produtos? A resposta é mais complexa do que parece e envolve diversos fatores relacionados à sua alimentação, rotina e objetivos.

Especialistas são unânimes: suplementos não fazem milagres e jamais devem substituir uma alimentação equilibrada. Eles funcionam como o próprio nome sugere – suplementam deficiências nutricionais específicas. Antes de investir seu dinheiro, é fundamental entender quando a suplementação realmente se justifica e quais produtos oferecem benefícios comprovados pela ciência.

Guia de suplementos mais comuns e quando realmente usar
Créditos: Freepik

O que são suplementos alimentares e como funcionam

Suplementos alimentares são produtos concentrados em nutrientes, substâncias bioativas, enzimas ou probióticos. Eles vêm em cápsulas, comprimidos, pós, líquidos ou barras, e têm como objetivo complementar a dieta quando a alimentação não fornece quantidades adequadas de determinados nutrientes. É importante destacar que não são medicamentos e não podem ser vendidos com promessas de cura ou tratamento de doenças.

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A regulamentação brasileira determina que todos os ingredientes utilizados devem constar na lista positiva da Anvisa. A maioria dos suplementos está isenta de registro na agência, exceto aqueles que contêm enzimas ou probióticos. Isso garante certa segurança ao consumidor, mas não elimina a necessidade de orientação profissional antes do uso.

O Instituto de Nutrição e Psicologia da Universidade de Göttingen, na Alemanha, alerta que muitos suplementos para emagrecimento não passaram por testes clínicos adequados. Por isso, não espere resultados milagrosos sem mudanças reais no estilo de vida. A combinação de exercícios regulares e alimentação balanceada continua sendo a base para qualquer objetivo de saúde.

Quando a suplementação realmente é necessária

Existem situações específicas em que o corpo pode se beneficiar da suplementação. Deficiências nutricionais diagnosticadas por exames laboratoriais são o principal motivo para iniciar o uso de suplementos. Cerca de 98% da população brasileira não ingere a quantidade ideal de vitaminas diariamente, segundo dados do IBGE. Além disso, 92% das pessoas não consomem frutas com frequência adequada.

Gestantes, lactantes e idosos formam grupos que frequentemente precisam de suplementação. Durante a gravidez e amamentação, as necessidades nutricionais aumentam significativamente. Já os idosos podem apresentar dificuldades na absorção de nutrientes devido ao envelhecimento natural do organismo. Pessoas com restrições alimentares, como vegetarianos e veganos, também podem precisar suplementar vitamina B12, ferro e outros nutrientes.

Praticantes de atividades físicas intensas têm demandas nutricionais aumentadas. O desgaste muscular durante treinos pesados exige maior aporte proteico e de outros nutrientes. No entanto, pessoas sedentárias ou que praticam exercícios leves raramente necessitam de suplementação, desde que mantenham uma alimentação variada e equilibrada.

A chamada "fome oculta" é uma síndrome silenciosa que atinge milhões de brasileiros. Ela se caracteriza por deficiências nutricionais sem sintomas claros no curto prazo, mas que podem causar problemas de saúde sérios ao longo dos anos. Consultas regulares com nutricionistas e exames periódicos ajudam a identificar essas carências antes que se tornem críticas.

Whey protein: entenda quando vale a pena

O whey protein é o suplemento mais conhecido e vendido no Brasil. Trata-se de uma proteína extraída do soro do leite, com alto valor biológico e rica em aminoácidos essenciais. Sua principal função é auxiliar na recuperação e crescimento muscular após exercícios que causam microlesões nas fibras musculares.

Muitas pessoas acreditam que whey protein é indispensável para ganhar músculos, mas a realidade é diferente. O que realmente aumenta a massa muscular é o treinamento adequado combinado com alimentação suficiente em proteínas. Se você consegue atingir suas necessidades proteicas através da alimentação – carnes, ovos, laticínios, leguminosas – o whey torna-se dispensável.

Personal trainers recomendam o whey principalmente para pessoas com rotinas corridas que não conseguem fazer refeições adequadas nos horários ideais. Ele oferece praticidade e absorção rápida, características importantes no pós-treino. Vegetarianos e veganos também podem se beneficiar, optando por versões de proteína vegetal como a proteína da ervilha ou soja.

A dosagem recomendada varia entre 1,2 a 2 gramas de proteína por quilo de peso corporal diariamente para praticantes de musculação. Um nutricionista deve avaliar sua ingestão proteica atual antes de recomendar qualquer suplementação. Consumir proteína em excesso não acelera os resultados e pode sobrecarregar os rins.

Creatina, vitaminas e outros suplementos populares

A creatina é um aminoácido naturalmente produzido pelo corpo e presente em carnes. Ela melhora o desempenho em exercícios de alta intensidade e curta duração, como musculação e sprints. Estudos científicos comprovam sua eficácia para aumentar força e volume muscular. Porém, se você não pratica exercícios intensos, não há razão para suplementar creatina.

Os multivitamínicos são amplamente consumidos, mas sua necessidade varia muito de pessoa para pessoa. Eles contêm doses pequenas de várias vitaminas e minerais para complementar possíveis insuficiências na alimentação. Segundo a Organização Mundial da Saúde, mais de 190 milhões de pessoas sofrem com carência de vitamina A, o que pode causar problemas de visão e imunidade baixa.

Vitamina D merece atenção especial. Sua síntese ocorre na pele através da exposição solar, mas muitas pessoas apresentam deficiência devido à rotina em ambientes fechados e uso constante de protetor solar. Suplementação pode ser necessária após avaliação médica com exames de sangue. O mesmo vale para vitamina B12, especialmente importante para vegetarianos.

O ômega 3, ácido graxo essencial encontrado em peixes, auxilia na redução de inflamações e melhora a saúde cardiovascular e cognitiva. Pessoas que não consomem peixes regularmente podem se beneficiar da suplementação. Já o colágeno, muito popular para pele e articulações, tem benefícios questionáveis segundo especialistas – a alimentação rica em vitamina C e proteínas estimula a produção natural de colágeno pelo corpo.

Os riscos da suplementação sem orientação profissional

Tomar suplementos por conta própria pode ser perigoso e resultar em diversos problemas de saúde. Excesso de vitaminas e minerais causa toxicidade e sobrecarga de órgãos como fígado e rins. Sintomas como cãibras, pedras nos rins, diarreia, dor de cabeça, náuseas e problemas neurológicos podem surgir com o uso inadequado desses produtos.

Muitos suplementos interagem com medicamentos de uso contínuo. A vitamina K reduz o efeito de anticoagulantes, enquanto o Ginkgo biloba aumenta riscos de hemorragias. O hipericão, conhecido como erva de São João, interfere com antidepressivos e anticoncepcionais. Por isso, sempre informe médicos e nutricionistas sobre todos os suplementos que consome.

Outro perigo está na procedência dos produtos. Alguns suplementos vendidos pela internet contêm ingredientes não declarados na rotulagem, incluindo substâncias proibidas como anabolizantes. Esses produtos não autorizados representam sérios riscos à saúde. Compre apenas de estabelecimentos confiáveis e verifique se o produto está regularizado.

O uso prolongado sem supervisão também preocupa especialistas. Nosso organismo tem taxas limitadas de absorção de nutrientes. Consumir doses excessivas não gera resultados proporcionais e pode causar desequilíbrios nutricionais. Além disso, muitas pessoas acabam negligenciando a alimentação saudável, acreditando que os suplementos compensam uma dieta ruim.

Como escolher e usar suplementos corretamente

Antes de comprar qualquer suplemento, consulte um nutricionista ou médico. Esses profissionais avaliarão seu histórico, exames laboratoriais, objetivos e rotina para determinar se você realmente precisa de suplementação. Muitas vezes, ajustes simples na dieta já resolvem o problema sem necessidade de gastos extras.

Ao escolher um produto, leia atentamente os rótulos. Verifique a lista de ingredientes, dosagens e presença de alérgenos. Prefira marcas reconhecidas no mercado, com certificações de qualidade e boas avaliações de consumidores. Desconfie de promessas milagrosas e preços muito abaixo da média – podem indicar produtos falsificados ou de baixa qualidade.

Siga rigorosamente as orientações do profissional de saúde quanto a horários, dosagens e duração do uso. Tomar suplementos no momento errado ou em quantidades inadequadas compromete os resultados e pode causar efeitos adversos. Nunca exceda as doses recomendadas na expectativa de resultados mais rápidos.

Lembre-se que suplementos são complementos, não substitutos da alimentação. Mantenha uma dieta variada com frutas, vegetais, proteínas de qualidade, carboidratos complexos e gorduras saudáveis. Pratique atividades físicas regulares, durma adequadamente e gerencie o estresse. Esses fatores têm impacto muito maior na saúde do que qualquer suplemento isoladamente.

Reavalie periodicamente a necessidade de continuar com a suplementação. Faça novos exames a cada seis meses ou conforme orientação médica. À medida que sua alimentação melhora ou suas necessidades mudam, alguns suplementos podem se tornar desnecessários. O objetivo final deve ser sempre alcançar todos os nutrientes através de uma dieta equilibrada, usando suplementos apenas quando realmente indispensáveis.


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