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Saiba quando trocar a bucha de cozinha e evite um ninho de bactérias em sua casa

Descubra por que sua bucha de cozinha pode abrigar bilhões de bactérias e quais alternativas podem proteger sua família. Especialistas revelam quando é hora de substituir este item essencial.
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Se pudéssemos perguntar às bactérias onde elas prefeririam viver, a bucha de cozinha provavelmente estaria no topo da lista. Quente, úmida e repleta de nutrientes, ela oferece o ambiente perfeito para estes microscópicos invasores. Um estudo conduzido por Markus Egert, microbiologista da Universidade de Furtwangen, na Alemanha, revelou números alarmantes: até 362 espécies diferentes de micróbios podem habitar sua bucha.

A densidade bacteriana encontrada em alguns pontos das buchas chegou a impressionantes 54 bilhões de microrganismos por centímetro quadrado. "Essa é uma quantidade muito grande, semelhante ao número de bactérias que você encontraria em uma amostra de fezes humanas", explica Egert. Este dado coloca em perspectiva algo que usamos diariamente para "limpar" nossos utensílios.

A estrutura porosa das buchas cria inúmeros nichos onde comunidades microbianas podem se estabelecer confortavelmente. Um estudo de 2022 realizado por Lingchong You, biólogo da Duke University, confirmou que buchas com reentrâncias de diferentes tamanhos proporcionam um ambiente ainda mais favorável ao crescimento bacteriano.

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Você provavelmente está usando o mesmo item para limpar seus pratos há quanto tempo? Especialistas recomendam substituir sua bucha semanalmente, embora existam métodos para estender sua vida útil com segurança. Saiba como proteger sua família a seguir.

Saiba quando trocar a bucha de cozinha e evite um ninho de bactérias em sua casa
Créditos: Divulgação

Nem todas as bactérias são prejudiciais, mas é preciso atenção

É importante esclarecer que a presença de bactérias não significa necessariamente um risco à saúde. Elas existem em todos os lugares - na nossa pele, no solo e no ar que respiramos. Muitas desempenham funções essenciais para diversos ecossistemas, incluindo o nosso corpo.

No estudo de Egert, o sequenciamento do DNA revelou que metade das dez espécies mais comuns encontradas nas buchas estava relacionada a bactérias potencialmente perigosas para pessoas com sistemas imunológicos comprometidos. "Normalmente, para uma pessoa saudável, as bactérias dentro da bucha de cozinha não são prejudiciais", afirma o especialista.

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Jennifer Quinlan, professora de segurança alimentar na Prairie View A&M University, nos Estados Unidos, chegou a conclusões semelhantes. Sua pesquisa envolvendo buchas coletadas de 100 residências mostrou que apenas 1% a 2% continham bactérias associadas à intoxicação alimentar, e mesmo essas apresentavam quantidades reduzidas.

Contudo, existe uma preocupação específica: se bactérias perigosas como Salmonella, E.coli ou Campylobacter - responsáveis por 90% das hospitalizações por doenças transmitidas por alimentos - entrarem em contato com sua bucha, encontrarão um ambiente ideal para proliferação. Diferentemente das escovas, as buchas mantêm-se úmidas por mais tempo, favorecendo esses patógenos.

Como os métodos de limpeza podem criar "super-bactérias" em sua cozinha

Tentar higienizar sua bucha pode criar um problema ainda maior. O estudo de Egert descobriu que medidas de limpeza como aquecimento em micro-ondas ou enxágue com água quente e sabão não apenas não eliminavam completamente as bactérias, mas também criavam condições para que cepas mais resistentes prosperassem.

"Nossa hipótese é que as medidas de limpeza podem levar a um processo de seleção, onde os poucos sobreviventes crescem novamente em grandes números", explica o microbiologista. "Se você fizer isso repetidamente, isso pode resultar em bactérias melhor adaptadas à limpeza." Este fenômeno é semelhante ao desenvolvimento de resistência a antibióticos observado em ambientes hospitalares.

A eficácia dos métodos de higienização também diminui com o tempo. Embora colocar a bucha na máquina de lavar louça ou no micro-ondas por um minuto até que se veja vapor saindo possa reduzir significativamente a carga bacteriana inicialmente, o benefício torna-se progressivamente menor com o uso contínuo.

Outra alternativa é submergir a bucha em água fervente com desinfetante, método eficaz contra a maioria das bactérias, incluindo Salmonella. No entanto, microrganismos que formam biofilmes protetores podem sobreviver mesmo a este tratamento. O mais seguro, segundo especialistas, é a substituição regular deste item.

Escovas vs. Buchas: qual a melhor opção para sua cozinha?

Um estudo realizado em 2022 por Solveig Langsrud, cientista do instituto norueguês de pesquisa alimentar Nofima, comparou as populações bacterianas em buchas e escovas de lavar louça. Ambas abrigavam conjuntos similares de bactérias não patogênicas, incluindo Acinetobacter, Chryseobacterium e Pseudomonas. A diferença crucial, porém, estava na quantidade: as escovas apresentavam concentrações bacterianas significativamente menores.

Quando os pesquisadores introduziram deliberadamente Salmonella em buchas e escovas, observaram um contraste marcante: enquanto as bactérias prosperavam nas buchas, morriam nas escovas. A principal razão para isso é que as escovas secam mais eficientemente entre os usos, criando um ambiente hostil para patógenos que preferem umidade.

"Eu não usaria buchas de cozinha. Na verdade, não faz sentido para mim usar um item desses dentro do ambiente da cozinha", declara categoricamente Egert. "Uma escova é muito melhor, porque contém menos bactérias e seca mais facilmente. Também é mais fácil de limpar."

A escolha também pode ser influenciada pelo tipo de limpeza realizada. Para superfícies delicadas, onde escovas poderiam causar arranhões, existem alternativas como panos de microfibra que podem ser lavados em altas temperaturas regularmente. O importante é considerar tanto a eficácia na limpeza quanto o potencial para contaminação cruzada.

Dicas práticas para reduzir riscos de contaminação na cozinha

Se você ainda prefere usar buchas, existem estratégias para minimizar os riscos de contaminação. Especialistas recomendam a substituição semanal, especialmente em residências com idosos, crianças pequenas ou pessoas imunocomprometidas. Para estender a vida útil da bucha com segurança, considere estas práticas:

  • Nunca use a mesma bucha para limpar superfícies que tiveram contato com carnes cruas e outros alimentos
  • Enxágue completamente a bucha após cada uso, removendo restos de alimentos
  • Esprema bem para eliminar o excesso de umidade
  • Armazene em local ventilado, fora da pia, para facilitar a secagem
  • Utilize o micro-ondas por um minuto até observar vapor ou coloque na máquina de lavar louça regularmente

O uso de buchas diferentes para finalidades específicas também é recomendado. Uma opção codificada por cores pode ajudar a evitar a contaminação cruzada: uma para lavar louça, outra para superfícies de preparo de alimentos e uma terceira para áreas que tiveram contato com carnes cruas.

Jennifer Quinlan observa que "a grande maioria das bactérias em buchas não causa doenças, elas apenas provocarão mau odor, tornando seu uso desagradável com o tempo". Quando sua bucha começa a exalar odores desagradáveis, é um sinal infalível de que é hora de substituí-la.

Impacto ambiental: considerações além da higiene

Um aspecto frequentemente negligenciado na discussão sobre buchas de cozinha é o impacto ambiental. As buchas sintéticas são geralmente fabricadas com materiais plásticos que podem levar séculos para se decompor em aterros sanitários. Considerando a recomendação de substituição semanal, isso representa um volume considerável de resíduos não biodegradáveis.

Alternativas mais sustentáveis estão disponíveis no mercado. Buchas vegetais naturais, feitas de fibras da planta Luffa, são biodegradáveis e podem ser compostadas após o uso. Escovas de madeira com cerdas naturais também oferecem uma opção mais ecológica, embora ainda seja necessário seguir as recomendações de secagem adequada e substituição regular.

Alguns fabricantes desenvolveram buchas com propriedades antimicrobianas, incorporando íons de prata ou outros agentes que inibem o crescimento bacteriano. Estudos sobre a eficácia destas tecnologias mostram resultados promissores, mas ainda é recomendável seguir práticas de higiene básicas independentemente do tipo de bucha utilizada.

Tipo de utensílio Densidade bacteriana média Frequência recomendada de substituição
Bucha sintética Até 54 bilhões/cm² Semanal
Bucha vegetal Variável, geralmente menor A cada 1-2 semanas
Escova de louça Significativamente menor A cada 2-3 meses
Pano de microfibra Variável, dependendo da lavagem Lavagem diária, substituição mensal

A escolha entre estes utensílios deve considerar não apenas aspectos de higiene, mas também preferências pessoais, tipo de uso e preocupações ambientais. A ciência oferece informações para uma decisão informada, mas lembre-se: independentemente do utensílio escolhido, nada substitui boas práticas de higiene na cozinha.


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