Furoshiki: a arte de embrulhar com tecido

O furoshiki é uma antiga técnica japonesa que trabalha com tecidos para guardar objetos e que retornou como moda no mundo inteiro, principalmente nos países ocidentais, fazendo grandes sucessos por ter uma grande praticidade e também beleza. Este aumento da preocupação com  meio ambiente, e também da utilização prática de sacolas ecológicas são motivos bastante interessantes que fizeram com que as artesãs que fossem admiradoras deste tipo de filosofia chamada “faça você mesma” trazendo á tona as antigas técnicas, para que assim buscasse maneiras de se fazer sacolas de pano criativas e personalizadas. Por ainda ser possível aproveitar lenços e panos que antes teriam outras finalidades, a técnica do furoshiki é uma aliado bastante interessante e tem um resultado final de extremo bom gosto, virando um acessório de moda e tendo a utilização em diversas ocasiões. Uma das grandes vantagens de se fazer este furoshiki e que atrai diversas artesãs adeptas a técnica é o fato de ser bastante fácil e possível em pouco tempo transformar o que antes eram lenços, cangas e echarpes que podem ter suas estampas preferidas, em bolsas interessantes e bonitas para acompanhar o visual e embrulhos para presentes com toques de carinho especial.

A técnica vem sendo utilizada como um parceiro da moda praia, permite que as mulheres utilizem suas cangas e as transforme em bolsas interessantes, dependendo do tecido e estampas que forem utilizadas, estas bolsas criadas através desta técnica poderão acompanhar alguns visuais mais formais. Quem estiver em dúvidas se deverá buscar aprender ou não esta arte, deve saber que a dificuldade para realizar os processos é praticamente nula, não é necessário saber costurar, e o processo ainda poderá ser desfeito sem danificar o tecido. Os materiais necessários para se fazer um furoshiki, são muito simples, qualquer tipo de tecido quadrado. A única recomendação acontece apenas com a escolha do tipo de material do tecido para que fique conforme o peso a ser carregado. Dos vários tipos de tecidos considerados como os mais versáteis pelos especialistas estão a viscose e a seda, por terem ainda um melhor caimento. Para confeccionar o furoshiki, este tecido deverá ser dobrado e amarrado com nós mágicos, estes que permitirão formar diversos modelos de bolsas e também embrulhos. Aprender a fazer o nó mágico do furoshiki é um passo fundamental, pois é muito importante deixando um nó resistente porém que se consiga desatar com facilidade.
Para fazer o nó mágico é muito fácil, primeiramente é necessário se segurar as duas pontas extremas de um tecido, colocando a ponta esquerda por cima da ponta direita. Procure passar a ponta direita por debaixo da esquerda a envolvendo. Logo em seguida coloque a ponta direita por cima da esquerda. Procure passar as pontas esquerdas por debaixo da direita procurando a envolver.

Uma boa dica para lembrar deste passo é a teoria japonesa, de que se nomeia uma das pontas do tecido de razão e a outra de emoção, devendo seguir esta poesia duas vezes “coração sobrepõe a razão, e a razão envolve o coração”.

Como as diversas técnicas para a criação do furoshiki, elas possuem um resultado final de extremo bom gosto, este acessório se tornou parte da moda tendo uma utilização bastante interessante, versátil e para qualquer ocasião.

Um dos benefícios de se saber fazer um furoshiki, o que também atrai muitas adeptas é o fato de ser possível em poucos minutos, praticamente transformar pedaços de tecidos em bolsas perfeitas, este que deverá acompanhar um visual e embrulhos para presentes, como um toque todo especial de carinho artesanal, muito interessante.

Esta técnica é uma arte milenar muito utilizada para se embalar roupas, presentes entre diversas outras coisas, utilizando apenas tecidos e nós, sem a necessidade de se utilizar tesouras, costuras ou mesmo fita adesiva. A utilização deste sistema interessante de transporte, possui sua origem vinda dos banhos públicos, os famosos ofurôs, durante o período Edo, para onde as pessoas pudessem levar suas mudas de roupas dobradas e embrulhadas em uma trouxa, denominada Furoshiki (Furo = banho + Shiki = abrir, espalhar).

Com o passar do tempo este costume se perdeu, sendo trocados pelas poluentes embalagens descartáveis, como sacolas plástica, devido a grande preocupação ambiental que vem aparecendo nas pessoas, houve um novo fôlego para a arte do embrulho, e diversos tecidos podem ser reutilizados.

O Furoshiki é bastante utilizado pelas pessoas mais antenadas para substituir as sacolas plásticas nos supermercados e também para transportar diversos outros objetos como por exemplo garrafas, livros, potes com comida, e até mesmo todas aquelas quinquilharias que as mulheres carregam nas bolsas. O que é mais interessante é utilizar esta técnica para embrulhar presentes, não apenas pela redução da utilização de papéis, mas melhor ainda por que as pessoas que receberem poderão utilizar o tecido para outra finalidade ou mesmo servir para embalar outro presente sem ser danificada.

Existem as mais diversas maneiras de se amarrar um furoshiki, apesar disso o formato do tecido é sempre quadrado, e deverá ter dimensões semelhantes a 45cm X 45 cm até 2,40 X 2,40m. As técnicas para dobradura deverá mudar de acordo com o que você quiser embrulhar.

Para se ter uma idéia, a arte de embrulhar objetos inspirou diversos estilistas, principalmente nikkei Erika Ikezili a trazer a sua própria coleção apresentada recentemente com a utilização da técnica. Esta coleção trouxe muito mais versatilidade para o furoshiki. E algumas peças ainda ofereciam mais de uma maneira de serem utilizadas, podendo ser abertas com um nó ou com efeitos na gola.

Para quem tiver interesse em aprender a arte secular japonesa, onde um pedaço de pano com algumas amarrações e muita criatividade viram diversos utensílios criativos e fashions, sendo muito práticos e reutilizáveis, podendo ainda ser feito com qualquer tipo de tecido. Aqui no Brasil não existem tantas padronagens bacanas como no Japão, porém isto não é problema graças aos cursos realizados as interessadas em participar da Fundação Japão de São Paulo.

As inscrições são realizadas semestralmente para estudantes de design de escolas de todo o país, e o melhor é que se podem ganhar premiações.