Gravidade é um dos filmes mais esperados do ano e chega aos cinemas brasileiros este mês. O filme que mostra a história de dois astronautas que ficam à deriva no espaço conseguiu conquistar a opinião pública dos Estados Unidos. A grande maioria dos críticos de cinema derem notas boas para a produção, que tem como protagonistas os veteranos do cinema Sandra Bullock e George Clooney. Mas o que está chamando a atenção dos críticos também é a direção firme do mexicano Alfonso Cuarón, que ainda é desconhecido da maioria das pessoas mas que já conta com algumas produções interessantes no seu currículo.
George Clooney, Sandra Bullock e o diretor mexicano Alfonso Cuarón.
Além de estar indo bem em termos de críticas, Gravidade também está indo muito bem nas bilheterias, sendo que no seu primeiro final de semana conseguiu arrecadar US$ 55,6 milhões (R$ 122 milhões), vencendo a já tradicional disputa pela maior bilheteria semanal nos cinemas dos Estados Unidos e Canadá, segundo estimativas. O filme conseguiu deixar para trás a animação Tá Chovendo Hambúrguer 2, sendo que um detalhe curioso sobre estes dois filmes é que eles possuem a maioria das suas cópias em 3D nos cinemas norte-americanos.
Em “Gravidade”, o descontraído astronauta Matt Kowalski (Clooney) faz seu último voo espacial, durante o qual testa um novo equipamento que permite a ele flutuar no espaço. Ele é acompanhado por Ryan Stone (Bullock), uma engenheira em sua primeira missão em órbita e que carrega um peso na consciência. Ambos serão os únicos sobreviventes de um terrível acidente, que os deixa à deriva no espaço.
O diretor mexicano também assina o roteiro do longa. Mas aqui a forma e conteúdo consegue se complementar como poucas vezes o diretor conseguiu na sua carreira. Afinal de contas, não é nada comum encontrarmos um filme que é uma ficção cientifica no espaço feita para aproveitar a tecnologia 3D com planos sequencia lentos e demorados a invés da edição picotada e frenética que é mais comum neste gênero.
“Este foi o maior desafio”, disse o diretor de 51 anos em uma recente entrevista coletiva em Beverly Hills. “Quando elaboramos a coreografia, nossos cérebros pensavam do ponto de vista da gravidade, em termos de peso e de horizonte. Tivemos que aprender tudo de novo porque era totalmente contra-intuitivo”.
Cuarón conseguiu o resultado desejado com a mistura de ação real e efeitos de computação gráfica, incluindo os trajes espaciais. Mas, para dar a sensação de que os atores se movimentavam em um ambiente de gravidade zero, os produtores elaboraram uma plataforma a partir da qual especialistas titereiros faziam a atriz “flutuar”.
Com Gravidade, o diretor dá mais um importante passo na sua carreira em Hollywood.
Saiba mais sobre Cuarón
O diretor mexicano começou a filmar aos 12 anos de idade enquanto era criado em uma casa na capital Mexicana, que ficava próxima aos Estúdios Churubusco. O diretor conseguiu convencer seus pais para que matriculassem ele no Centro Universitário de Estudos Cinematográficos, e lá acabou lançando o seu primeiro curta-metragem, chamado Vengeance is Mine. Mas ele acabou sendo expulso do centro porque seu filme era todo falado em inglês.
Mesmo depois de ser expulso conseguiu trabalhar com audiovisual. Chegou a dirigir alguns episódios da série de suspense da Televisa La Hora Marcada. Junto com seu irmão Carlos escreveu o roteiro para um filme, mas o Instituto Mexicano de Cinema(IMCINE), com fundos limitados lhe ofereceu a direção do filme Sólo con tu pareja, que necessitava de um diretor. O filme foi um sucesso chamando a atenção de produtores de Hollywood, que o convidaram a trabalhar nos Estados Unidos.
O primeiro grande trabalho do diretor no cinema dos Estados Unidos seria A Lente do Amor, uma comédia romântica com Matthw Broderick e Meg Ryan, mas o mexicano acabou trocando este contrato pelo roteiro de A Princesinha, história baseada em um conto infantil e que acabou sendo indicado ao Oscar por Melhor Direção de Arte e Melhor Fotografia.
Acabou voltando para o México para dirigir o filme E Sua Mãe Também, um dos maiores sucessos do cinema Mexicano das últimas décadas e que foi indicado ao Oscar por Melhor Roteiro Original. O sucesso foi tanto que o diretor acabou sendo convidado para dirigir um Blockbuster: Harry Potter e o prisioneiro de Azkaban, que acabou abrindo ainda mais as portas do cinema norte-americano para o diretor mexicano.
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