O cenário da segurança veicular no Brasil pode passar por uma importante mudança em 2025. Um novo projeto de lei em tramitação no Senado brasileiro (PLC 159/2017) propõe o retorno da obrigatoriedade do extintor de incêndio em veículos de passeio e utilitários. Esta medida representa uma reversão significativa da decisão tomada pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) em 2015, quando o item deixou de ser obrigatório para carros de passeio.
A possível mudança na legislação de trânsito tem gerado debates intensos entre especialistas em segurança veicular, legisladores e a sociedade civil. O projeto em questão especifica a exigência de extintores do tipo ABC, considerados mais eficientes e versáteis para diferentes tipos de incêndios que podem ocorrer em veículos. Esta discussão ressurge em um momento em que a segurança automotiva está cada vez mais em evidência no país.

Histórico da Obrigatoriedade do Extintor em Veículos no Brasil
A história da regulamentação de extintores em veículos no Brasil é marcada por diversas mudanças ao longo dos anos. Em 2015, o Contran tomou a decisão de tornar o extintor de incêndio opcional para carros de passeio, através da Resolução 556/2015. Esta decisão foi baseada em estudos que apontavam preocupações com o uso inadequado do equipamento e questões relacionadas à eficácia dos extintores então utilizados.
Mesmo após a revogação da obrigatoriedade para veículos de passeio, o extintor veicular continuou sendo exigido para determinadas categorias de veículos, como caminhões, ônibus e veículos que transportam produtos inflamáveis. Esta distinção foi mantida devido aos riscos específicos associados a estes tipos de veículos e suas cargas.
O Novo Projeto de Lei e Suas Implicações
O PLC 159/2017 representa uma mudança significativa na abordagem da segurança automotiva. O projeto especifica a obrigatoriedade do extintor tipo ABC, que é considerado mais versátil e eficiente que os modelos anteriormente exigidos. Este tipo de extintor é capaz de combater três classes diferentes de incêndio: classe A (materiais sólidos), classe B (líquidos e gases inflamáveis) e classe C (equipamentos elétricos).
A tramitação do projeto tem apresentado opiniões divergentes no Senado. Enquanto a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) manifestou rejeição através do senador Styvenson Valentim, a Comissão de Fiscalização e Controle (CTFC) emitiu parecer favorável, respaldado pelo senador Eduardo Braga. O relatório final destaca a simplicidade de uso, eficiência e custo-benefício do equipamento.
Impactos da Nova Legislação para os Motoristas
A possível aprovação desta nova lei do extintor trará implicações diretas para milhões de motoristas brasileiros. Os proprietários de veículos precisarão se adequar à nova legislação, o que inclui a aquisição e manutenção do extintor tipo ABC. Este processo envolverá não apenas a compra do equipamento, mas também a necessidade de conhecimento sobre seu uso correto e manutenção adequada.
Especialistas em segurança veicular estimam que o custo de implementação desta medida será relativamente baixo quando comparado aos benefícios potenciais. O relatório do projeto cita dados importantes sobre recalls automotivos, revelando que 17% dos chamados estão relacionados a falhas que poderiam resultar em incêndios, evidenciando a relevância da medida.
Argumentos Favoráveis e Contrários à Nova Medida
Os defensores da obrigatoriedade do extintor de incêndio argumentam que o equipamento pode ser crucial em situações de emergência. Dados apresentados no projeto mostram que incêndios em veículos não são ocorrências raras e que a presença de um extintor pode prevenir danos maiores e até mesmo salvar vidas. A simplicidade de uso e o custo relativamente baixo são pontos frequentemente citados como favoráveis à medida.
Por outro lado, os críticos da proposta retomam argumentos similares aos que levaram à revogação da obrigatoriedade em 2015. Eles apontam preocupações com o uso inadequado do equipamento, possíveis riscos durante o manuseio por pessoas sem treinamento e questões relacionadas à manutenção e validade dos extintores. Também questionam a efetividade real do equipamento em situações de emergência.
Perspectivas e Próximos Passos
O futuro da obrigatoriedade do extintor em veículos ainda depende da continuidade da tramitação do projeto no Senado. A expectativa é que a votação ocorra em 2024, com possível implementação em 2025, caso aprovado. Este período de transição seria importante para que fabricantes, comerciantes e proprietários de veículos possam se adequar às novas exigências.
A discussão sobre a segurança automotiva continua em evolução, e a possível reintrodução do extintor como item obrigatório representa apenas uma parte de um debate mais amplo sobre medidas de segurança em veículos. Independentemente do resultado final da votação, é fundamental que os motoristas estejam conscientes da importância da prevenção e preparação para situações de emergência no trânsito.
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