Passagem

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Tudo está consumado e já vai passando...
é agora uma passagem branda,
pacífica e sem tumultos...
é uma travessia amena, serena e sem insultos,
para que nossas retinas registrem e guardem
apenas a doce lembrança de nossos iluminados
e risonhos vultos, na hora do nosso único
e supremo "culto"...
você nos meus braços meu menino
e eu nos teus braços tua menina.

Ao longo dos meses fomos assolados
por tempestades revoltas, circunstâncias adversas...
fomos pegos de surpresa pelo vendaval
das nossas imperfeições e nosso amor,
qual pequena muda que lograra crescer
e ganhar altura, rendeu se com espanto
à noite escura de nossas diferenças,
omissões,hostilidades confessas ou camufladas.

Eu sigo agora, carregando uma alma vazia.
Tu segues pleno de ti mesmo, alimentado
da adoração incomparável de poetisas solitárias,
teresas e marias tantas...
Eu sigo carregando um legado estranho,
que me chegou com todos os aparatos da tecnologia...
um cartão e um poema que eu não
inspirei e nem suscitei em ti...
um cartão de rara beleza, maquiado com destreza
por uma outra maria, onde se lê a apologia
do imenso amor que tão bem sabes cultivar... por ti!


  • Autor: Fátima Irene






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