Nesta segunda-feira, dia 27 de janeiro, os brasileiros, especialmente os que moram no estado do Rio Grande do Sul, estão de luto novamente. Completa um ano da tragédia da Boate Kiss, que matou 242 pessoas quando um incêndio de grandes proporções tomou conta da casa noturna durante uma festa.
A cidade de Santa Maria organizou uma série de eventos para lembrar os mortos mas para também lembrar o Brasil inteiro que a justiça ainda não foi feita, e que os pais dos jovens que morreram queimados ou intoxicado querem que os responsáveis estejam atrás das grades.
O sentimento que pode ser percebido na cidade de Santa Maria ainda é a busca por justiça. Desde o dia seguinte a tragédia os pais e demais familiares das pessoas que perderam a vida dentro da Boate Kiss começaram organizar um movimento, que acabou sendo posteriormente representado por uma Associação, para acompanhar de perto os passos seguintes do Ministério Público e da Polícia. Mesmo com o inquérito em andamento, o sentimento de injustiça atualmente é o que mais machuca estas pessoas.
Desde o sábado a cidade está mobilizada com uma série de eventos que foram organizado pelos familiares e amigos da vítima, e o discurso é praticamente unanime entre aqueles que perderam alguém próximo. Frases como “estamos decepcionados com a justiça” ou “os verdadeiros culpados já deveriam ter sido punidos” são as que mais surgem durante as entrevistas.
Protestos marcam a segunda-feira
Santa Maria viveu um clima que misturou tristeza e indignação durante o dia que marcou o aniversário de um ano desta tragédia que abalou o Brasil e o mundo. Além dos eventos religiosos que foram organizados para lembrar os mortos, o movimento mais contundente aconteceu na frente do Ministério Público do Rio Grande do Sul de Santa Maria, onde se reuniram cerca de 200 pessoas.
A principal intenção das pessoas que estavam fazendo vigília na frente do prédio era fazer com que mais pessoas fossem indiciadas como réus nos processos que estão sendo movidos para punir os responsáveis pela tragédia.
Os familiares das 242 vítimas da tragédia de Santa Maria, que completou um ano, entendem que as denúncias oferecidas pelo Ministério Público à Justiça não apontam todos os culpados e querem que os funcionários públicos, inclusive o prefeito Cezar Schirmer (PMDB), também sejam denunciados por falhas na emissão de alvarás e fiscalização municipais. O Ministério Público sustenta que, apesar do clamor, não há previsão legal para o enquadramento de tais pessoas, a não ser que surjam fatos novos em dois inquéritos policiais que ainda estão em andamento.
O grupo de pessoas colocou 242 balões da cor branca, um para cada pessoa que acabou perdendo a vida dento da Boate Kiss. Depois disso eles sentaram na calçada em frente a prédio e ficaram cerca de uma hora gritando palavras de ordem, como “Justiça”. A manifestação foi pacífica e depois do encontro o grupo acabou se dispersando.
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